O advogado Wilson Bicalho, que foi alvo de audição esta tarde na comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas, afirmou que iria manter-se em silêncio, alegando sigilo profissional determinado pela Ordem dos Advogados. O advogado da mãe das gémeas pediu também que a audição decorresse à porta fechada, tendo os deputados da comissão rejeitado, por unanimidade, este pedido.
“Eu estou obrigado ao sigilo profissional, motivo pelo qual não poderei, por mais que queira, responder pessoalmente a quaisquer questões”, declarou Wilson Bicalho.
“Como não poderei exercer o direito de resposta – e visto que as imagens são, por vezes, recortadas, deturpadas e usadas nos média de forma desumana e pejorativa - (...) oponho-me à transmissão desta sessão”, alegou ainda o advogado.
Além de atacar os meios de comunicação social, o advogado deixou também críticas ao comportamento dos deputados da comissão de inquérito, que acusa de confrontarem a mãe das gémeas com "mentiras" e de fazerem "jogos de bastidores".
“A minha cliente foi covardemente confrontada, com documentos que diziam que ela havia entrado com a ação na Justiça brasileira a 26 de agosto de 2019, por um deputado”, afirmou Wilson Bicalho. “O processo em questão é datado de 17 de setembro de 2019. É um processo que ocorreu posteriormente.”
“A minha cliente foi confrontada nesta casa com uma mentira calculada, contada na cara de todos os portugueses e portuguesas, sem demonstrar a mínima compaixão humana. Só para fazer jogos”, continuou o advogado, que garante ter em posse documentos que “acabam com a mentira”.
A audição na comissão parlamentar de inquérito foi, entretanto, suspensa. Rui Sousa, presidente da comissão, acusou o advogado de “ofensas” aos deputados e ao Parlamento e admitiu avançar com uma queixa junto da Ordem dos Advogados e do Ministério Público, caso Wilson Bicalho não apresente o documento a comprovar que foi impedido pela Ordem de falar na comissão de inquérito.