O PSD/Madeira reiterou este este sábado que continua preparado para indicar um novo Governo Regional como solução para a crise política, mas assegurou que caso sejam marcadas eleições antecipadas os sociais-democratas irão a votos "de cabeça levantada".
"O PSD afigura-se como um partido solução, continua preparado para a formação de um novo governo e para a devolução, sobretudo, da estabilidade política aos madeirenses e para aquilo que é o nosso grande desígnio: desenvolver a Madeira, desenvolver a autonomia", afirmou Bruno Melim, deputado regional do PSD e líder da JSD/Madeira.
Bruno Melim reagia à decisão do representante da República na Madeira, Ireneu Barreto, que anunciou este este sábado que vai manter o Governo Regional (PSD/CDS-PP), de gestão, em funções, até o chefe de Estado decidir se dissolve a Assembleia Legislativa, o que só poderá ocorrer depois de 24 de março.
A decisão de Ireneu Barreto foi anunciada três semanas depois de o líder do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, se ter demitido após ter sido constituído arguido no âmbito de um processo em que são investigadas suspeitas de corrupção na região, o que levou à queda do seu executivo, de coligação PSD/CDS-PP, com o apoio parlamentar do PAN.
Apesar de insistir que o PSD/Madeira "continua disponível a ser a solução preconizada pelos madeirenses no ato eleitoral de setembro", Bruno Melim assegurou que, caso o Presidente da República decida a partir de 24 de março dissolver a Assembleia Legislativa Regional, os sociais-democratas irão a votos "de cabeça levantada" pedir que lhes seja devolvida "a capacidade de governar".
Sobretudo, acrescentou, tendo em conta "aquilo que foi conhecido esta semana", quando "os indícios que levaram a esta crise política" foram "dissolvidos por uma decisão de um juiz".
A instabilidade na Madeira
Em 24 de janeiro, a Polícia Judiciária realizou cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.
Na sequência desta operação, a PJ deteve o então presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado (PSD), que também já renunciou ao cargo, o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia. Os três arguidos foram libertados na quarta-feira com termo de identidade e residência, três semanas após as detenções.