Os oito alunos envolvidos na sodomização de uma criança de 11 anos no interior da escola de Vimioso, distrito de Bragança, foram suspensos por um período de três dias. Os factos já foram comunicados à Polícia Judiciária e ao Ministério Público. A Inspeção-Geral da Educação está a investigar as responsabilidades da escola.
O Agrupamento de Escolas de Vimioso suspendeu por quatro dias os oito alunos envolvidos na agressão, incluindo o irmão mais velho. Trata-se de uma suspensão preventiva, enquanto decorrem processos disciplinares.
A GNR já tinha sinalizado 20 outros alunos que, embora não tenham participado, assistiram ao episódio para servirem de eventuais testemunhas.
A SIC teve conhecimento da existência de vídeos da ocorrência, que já estarão na posse da PJ.
O organismo está a apurar a responsabilidade da escola no abuso sexual ao aluno e também dos funcionários que alegadamente terão assistido ao ato.
“Clima de terror e de encobrimento”
A Junta de Freguesia de Vimioso, presidida por José Manuel Alves Ventura, denuncia "um clima de terror e de encobrimento" que, alegadamente, se vive no Agrupamento de Escolas de Vimioso, relatando vários casos de violência entre alunos, entre alunos e funcionários, e dando conta de que, na sexta-feira, 19 de janeiro, ocorreu o episódio "hediondo da sodomização".
Várias fontes ouvidas pela agência Lusa confirmam que o episódio de sodomização ocorreu cerca das 12:30 no interior do estabelecimento de ensino, "com recurso a uma vassoura" e na presença de, pelo menos, uma funcionária, que "nada fez" para travar os supostos agressores, informação que consta igualmente da exposição da Junta de Freguesia de Vimioso, a qual também foi enviada à Direção Regional de Educação do Norte.
Segundo estas fontes, policiais e locais, dois dos agressores têm 16 anos - já podem responder criminalmente - e um deles é irmão da vítima, tendo completado 16 anos no dia da suposta agressão sexual.
Os restantes alunos alegadamente envolvidos na ocorrência têm entre 13 e 15 anos.
A alegada agressão sexual aconteceu na sexta-feira, 19 de janeiro, mas só três dias depois, na segunda-feira, 22 de janeiro, é que a GNR foi informada da ocorrência. Apenas nesse dia o aluno foi levado ao Centro de Saúde de Vimioso e depois ao Hospital de Bragança, com arranhões e queixas.
Na passada terça-feira estiveram no local inspetores da Polícia Judiciária e, na quarta-feira, a vítima foi encaminhada para o Instituto de Medicina Legal, no Porto, para realização de perícias.
Fonte oficial da GNR disse na sexta-feira à Lusa que foi contactada na segunda-feira pelo Centro de Saúde de Vimioso a dar conta da ocorrência, acrescentando que, tendo em conta o tipo de crimes em causa, comunicou os factos à Polícia Judiciária.