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Sucessor de Miguel Albuquerque deverá ser conhecido esta segunda-feira

O Conselho Regional do PSD vai reunir-se para nomear um sucessor. A SIC teve acesso a uma lista de cinco nomes apresentados por Miguel Albuquerque à Comissão Política Regional do partido na sexta-feira.

Duarte Sa

SIC Notícias

O substituto de Miguel Albuquerque na presidência do Governo regional da Madeira deverá ser conhecido esta segunda-feira, ao final da tarde. O Conselho Regional do PSD vai reunir-se para nomear um sucessor.

A SIC teve acesso a uma lista de cinco nomes apresentados por Miguel Albuquerque à Comissão Política Regional do partido na sexta-feira. São todos atuais secretários regionais. Pedro Ramos, Rafaela Fernandes, Eduardo Jesus, Jorge Carvalho e Ana Sousa. Um deles deverá assumir a liderança do Governo Regional.

Pedro Ramos, médico, é secretário regional da Saúde desde 2016 e destacou-se pelas medidas nos anos de pandemia. Esteve ao lado de Miguel Albuquerque na primeira declaração sobre o alegado esquema agora investigado pelas autoridades.

Rafaela Fernandes é outro dos nomes apontados. A secretária regional da Agricultura foi das poucas a participar na reunião do conselho do Governo na quinta-feira.

Nessa altura, Miguel Albuquerque ainda não tinha renunciado.

No mesmo encontro, que ocorreu na Quinta Vigia, esteve também presente Jorge Carvalho, secretário regional da Educação responsável pelo diploma
que permitiu aos professores da Madeira recuperarem o tempo de serviço de forma faseada.

Dos nomes apontados por Miguel Albuquerque, fazem ainda parte Eduardo Jesus, secretário regional do Turismo, e Ana Maria Freitas, secretária regional da Inclusão.

Miguel Albuquerque excluiu nomes que pudessem ter ligações aos grandes grupos económicos da Madeira. Procura, assim, afastar a possibilidade de estarem envolvidos na alegada teia de corrupção que está a ser investigada e que o fez deixar o cargo.

A ideia de um sucessor fora do atual Executivo, como chegou a ser inicialmente apontado, ficou igualmente excluída

Detidos por suspeitas de corrupção começam hoje a ser ouvidos

Os três detidos na quarta-feira por suspeitas de corrupção na Madeira, entre os quais o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), começam hoje a ser interrogados, em Lisboa.

O arranque dos trabalhos está marcado para as 14:00, no Tribunal Central de Instrução Criminal, no Campus de Justiça.

Depois de terem sido identificados na sexta-feira, no sábado os arguidos também estiveram no tribunal, mas os interrogatórios "não começaram formalmente", de acordo com Paulo Sá e Cunha, advogado do presidente da Câmara do Funchal.

Em declarações aos jornalistas no sábado, Paulo Sá e Cunha explicou que durante esse dia foram completados "determinados elementos de prova que ainda não estavam disponíveis no processo".

Na sequência deste processo, Pedro Calado decidiu renunciar ao cargo de presidente da Câmara do Funchal, porque "entendeu que era a conduta adequada face às circunstâncias que está a atravessar", revelou ainda no sábado o advogado do autarca.

Segundo fonte judicial, o processo foi distribuído ao juiz Jorge Bernardes de Melo, do Tribunal Central de Instrução Criminal, e os arguidos e os advogados tiveram na sexta-feira acesso aos factos em causa e aos elementos de prova sobre o caso desencadeado pela Polícia Judiciária (PJ) e pelo Ministério Público (MP).

Ainda de acordo com fonte judicial, o inquérito vai começar pelo empresário Custódio Correia, que é o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, seguindo-se Avelino Farinha, líder do grupo de construção AFA, e, por último, o presidente da Câmara do Funchal.

Os três arguidos foram detidos na quarta-feira, na sequência de cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias efetuadas pela PJ sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente.

A operação também atingiu o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, que foi constituído arguido e anunciou na sexta-feira que vai abandonar o cargo, apesar de inicialmente ter afirmado que não se demitia.

Em causa estão suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência, segundo a PJ.

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