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O percurso de Miguel Albuquerque: da sucessão a João Jardim aos dissabores no Governo

Miguel Albuquerque tem 62 anos e é advogado de formação. Com pensamento monárquico, foi educado pelos avós. Gosta de música, toca piano e foi campeão de natação. Também tem um passado ligado às flores.

André Palma

Marta Caires

Miguel Albuquerque foi durante quase 20 anos Presidente da Câmara Municipal do Funchal. Há nove tinha sucedido a Alberto João Jardim, no Governo Regional. Os críticos o acusam, já há muito tempo, de ter cedido aos interesses de grandes grupos económicos.

Desde que começou na política foi crescendo a vontade de chegar ao palácio da Quinta Vigía, sede oficial do Governo Regional da Madeira.

O percurso na política começou aos 29 anos como líder da Juventude Social Democrata da Madeira. Chegou a ser considerado um dos herdeiros políticos de Alberto João Jardim, no entanto, o caminho viria a ficar marcado pela rutura entre os dois.

Miguel Albuquerque conquistou espaço dentro do partido e aproveitou as divergências de outros com Alberto João.

Chegou a presidente da Câmara Municipal do Funchal, em 1994, quando o então presidente saiu em conflito com o Governo Regional. Como era vice-presidente, assumiu o cargo e lá ficou quase 20 anos. Ganhou destaque e relevância política na cidade e na ilha.

“Só os líderes fracos têm medo da pluralidade”

Em 2012, a relação com Alberto João estalou. O então presidente do Governo Regional tentou expulsá-lo do partido, mas não conseguiu. Albuquerque só ganha o Governo regional quando Alberto João se demitiu.

“Só os lideres fracos é que têm medo da pluralidade interna. Eu não tenho. Temos uma relação difícil, mas é assim a democracia, pessoalmente não tenho nada contra ele”.

Miguel Albuquerque tem 62 anos e é advogado de formação. Com pensamento monárquico, foi educado pelos avós. Gosta de música, toca piano e foi campeão de natação. Também tem um passado ligado às flores.

Polémicas começaram em 2017

Foi a Quinta do Arco, onde tinha um roseiral e um turismo rural, a trazer-lhe os primeiros dissabores como Presidente do Governo. Com problemas financeiros, teve de a vender em 2017 - fê-lo a uma empresa do Grupo Pestana.

O negócio foi denunciado ao Ministério Público. Os opositores diziam, já nessa altura, que se tinha vergado aos poderes dos grandes grupos económicos na ilha.

Este foi um dos marcos da carreira política. A pandemia foi outro, quando sempre se adiantou ao que era decidido por Lisboa.

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