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Miguel Albuquerque vai renunciar na sequência das buscas na Madeira

Miguel Albuquerque está de saída da Presidência do Governo Regional da Madeira. Marcelo Rebelo de Sousa poderá agora aceitar um novo Governo Regional e já até deixou a indicação de um nome.

Carolina Botelho Pinto

Ana Lemos

SIC Notícias

O Presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, vai renunciar ao cargo na sequência das buscas na Madeira, confirmou à SIC fonte da Aliança Democrática da Madeira.

A Comissão Política do PSD Madeira reúne-se às 17:00, de urgência, para discutir o substituto de Albuquerque.

Ao que a SIC apurou, o substituto deverá ser Tranquada Gomes, que foi presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira entre 2015 e 2019. A indicação terá sido dada pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.

O advogado de profissão foi também deputado regional e não exerceu qualquer cargo executivo, uma das condições impostas para que Marcelo aceite um novo Governo regional, segundo avançou o Expresso.

Albuquerque "já vai tarde", diz PSD nacional

O PSD nacional diz que Miguel Albuquerque já não tem outra alternativa. Fonte do partido diz que Albuquerque terá de se demitir, não há outra opção. A mesma fonte acrescenta, aliás, que a demissão hoje já acontece tarde.

Ao que a SIC apurou nos últimos dias, da parte do líder Luís Montenegro tem havido tentativas para que Albuquerque saísse mais cedo. Mas fontes ouvidas pela SIC lembram que a situação é muito delicada por causa da autonomia do PSD Madeira.

O que está sob suspeita?

O Ministério Público suspeita que houve, durante anos, contratos de obras públicas da Madeira atribuídos a determinadas empresas da região, com o objetivo de as beneficiar.

Os contratos públicos que estão a ser investigados superam os 200 milhões de euros. Três pessoas foram detidas, entre as quais Pedro Calado, presidente da Câmara do Funchal e antigo número dois de Miguel Albuquerque.

Os investigadores começaram a olhar para os contratos depois de receberem duas denúncias anónimas, que referiam interferências nas escolhas das empresas por parte de Miguel Albuquerque e de Pedro Calado.

Pedro Calado terá atuado, dizem os procuradores, “por acordo ou juntamente com o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque”.

O Ministério Público também terá detetado uma relação entre o presidente do Governo Regional e o atual presidente da câmara que "extravasa o campo pessoal". Diz que Miguel Albuquerque interfere em decisões da Câmara Municipal e Pedro Calado em dossiers que seriam da competência do Governo Regional.

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