O líder da Iniciativa Liberal afirmou esta quinta-feira, numa reação à decisão judicial de levar o ex-primeiro-ministro José Sócrates a julgamento, que "a justiça portuguesa está a funcionar" e sublinhou a necessidade de restaurar a confiança nas instituições.
"É fundamental sublinhar neste momento que a justiça portuguesa está a funcionar. Muitas vezes com um tempo longo, muitas vezes com dificuldades, mas quando vemos a justiça a ser criticada temos mesmo de sublinhar - porque é preciso restabelecer a confiança dos portugueses nas instituições -- que a justiça portuguesa está a funcionar", afirmou Rui Rocha.
O dirigente falava aos jornalistas à margem de uma iniciativa da campanha para as legislativas açorianas, no concelho da Lagoa, ilha de São Miguel, depois de o Tribunal da Relação de Lisboa ter decidido que José Sócrates vai ser julgado por corrupção passiva no processo Operação Marquês.
Para Rui Rocha, é necessário "reagir a um discurso que diz que nada em Portugal funciona, nada é credível, dizendo que é preciso confiança no país, é preciso confiança nas instituições".
Neste âmbito, acrescentou, os políticos têm "uma particular responsabilidade e não podem aplicar a situações semelhantes critérios diferentes".
É o caso, indicou, do presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, que "já não tem condições para estar em funções".
O governante madeirense foi constituído arguido na quarta-feira num processo em que é suspeito de corrupção, entre outros crimes.
Relação leva Sócrates a julgamento por corrupção
O TRL decidiu que o ex-primeiro-ministro José Sócrates, de 66 anos, vai ser julgado por corrupção passiva no processo Operação Marquês.
O antigo primeiro-ministro, entre 2005 e 2011, vai também responder por três crimes de corrupção, 13 de branqueamento e seis de fraude.
O acórdão refere que Sócrates é acusado de um crime de corrupção passiva de titular de cargo político em coautoria com o arguido Carlos Santos Silva, de um outro relativo "a atos praticados no interesse do arguido Ricardo Salgado, relativamente a negócios do grupo Portugal Telecom e Grupo Espírito Santo" e um terceiro crime de corrupção passiva de titular de cargo político, em coautoria com o arguido Armando Vara.
Quanto aos 13 crimes de branqueamento de capitais são todos em coautoria com arguidos, entre os quais Carlos Santos Silva, Joaquim Barroca, Ricardo Salgado, Hélder Bataglia, Armando Vara, Rui Horta e Costa e Sofia Fava.
Quanto aos seis crimes de fraude fiscal qualificada, são em coautoria com os arguidos Carlos Santos Silva, Joaquim Barroca e a empresa Lena Engenharia e Construções.