A resposta do antigo ministro das Infraestruturas surge depois de ter sido tornada pública a tese do Ministério Público. Galamba aparece como o mentor de um alegado esquema de favorecimento na construção do centro de dados de Sines.
João Galamba garante que não é o responsável pela alteração da lei que está na origem da investigação judicial a António Costa.
Desde que o governo caiu não se ouviu uma palavra de João Galamba, mas o ex-ministro decide que este é o momento para dizer que não tem nenhuma responsabilidade no alegado esquema que daria vantagens ao data center de Sines da Start Campus.
Em declarações ao Expresso, Galamba garante que não falou com o melhor amigo do primeiro-ministro e que não foram dele as iniciativas da alegada alteração ao Regime Jurídico da Urbanização e Edificação.
De acordo com a tese da investigação, este regime foi alterado tendo em conta os interesses da empresa Start Campus para a construção do Datacenter de Sines.
As alterações aos vários diplomas deste regime fazem parte de uma das reformas que António Costa queria levar a cabo no pacote de simplificação para que fossem agilizados processos de licenciamento em várias áreas e assim pudesse acelerar a execução do PRR.
De acordo com o que o Expresso apurou, o autor da lei não é João Galamba, mas sim Mário Campolargo, secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa.
Galamba é arguido neste processo, mas ao contrário de outros envolvidos não teve nenhuma medida de coação aplicada e ainda não foi ouvido pela Justiça.