O primeiro-ministro demissionário, António Costa, rejeitou, nesta sexta-feira, "falar com a justiça através da comunicação social", afirmando que o local próprio são os tribunais.
"Eu compreendo a vossa curiosidade. É idêntica à minha. Mas quando a justiça quiser falar comigo, terei muito gosto em esclarecer qualquer dúvida que tenha. Mas, como compreenderão, até lá não vou falar com a Justiça através da comunicação social, porque a justiça tem um local próprio, que são os tribunais. E é isso que devemos respeitar", afirmou o ex-secretário-geral do PS à entrada para o 24.º Congresso Nacional do PS, que começa esta sexta-feira, na Feira Internacional de Lisboa (FIL).
António Costa estará a ser investigado por suspeitas do crime de prevaricação, no processo Influencer. Em causa estará uma lei que o Ministério Público diz ter sido feita à medida para beneficiar a empresa Start Campus.
No âmbito do pacote Mais Habitação, no dia 19 de outubro de 2023 foi aprovado em Conselho de Ministros uma nova lei que “simplificava licenciamentos no âmbito do urbanismo, ordenamento do território e indústria”.
Neste sentido, o Observador avança que o Ministério Público escutou conversas entre o ex-ministro João Galamba, João Tiago Silveira (coordenador do Simplex do licenciamento) e advogado do escritório Morais Leitão em que negociaram os pormenores dessa alínea - aprovada em Conselho de Ministros - com Rui Oliveira Neves, administrador da Start Campus.
Daí, a construção do data center seria acelerada e beneficiada pela nova lei, tendo em conta que dispensaria de qualquer processo de licenciamento urbanístico.
- Com Lusa