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"Não parece lógico que uma denúncia leve a uma demissão"

Mais um erro na investigação do Ministério Público e novos detalhes sobre a manhã de 7 de novembro levam Nunos Ramos de Almeida a avaliar a dimensão e as consequências que a Operação Influencer teve nos últimos dias.

SIC Notícias

Nuno Ramos de Almeida, editor-chefe do Diário de Notícias e comentador SIC analisa novos factos apurados pelo jornal Expresso em relação à investigação do Ministério Público a membros do Executivo socialista. Para o comentador, não podem haver demissões precipitadas sem os indícios fortes.

O Expresso avança esta manhã que existe mais um erro do Ministério Público no que diz respeito à Operação Influencer, algo que, para Nuno Ramos de Almeida, só demonstra que o sistema judicial não se deve basear apenas em escutas.

“São erros graves pela gravidade do processo que levou, na prática, à demissão do Governo e convocação de novas eleições e o Ministério Público deve abusar das escutas, existem 15 mil pessoas que são escutadas anualmente e as provas não podem vir das escutas. Estes três casos, a confusão do primeiro-ministro com o ministro de Economia, a questão de um despacho que acusava Galamba por ter aceite uma lei feita pela própria empresa e agora esta reunião do PS - que não aconteceu - demonstra que há alguns aspetos duvidosos”, descreve o editor-chefe do DN.

Da mesma forma, o Expresso apurou que foi a Procuradoria Geral da República (PGR) que incluiu o último parágrafo que visava/envolvia António Costa nesta investigação, tendo em consideração o que achavam ser suspeitas suficientes ou menções suficientes para haver conhecimento público.

“Depois das notícias da manhã, António Costa falou com o Presidente, depois desse encontro o primeiro-ministro terá pedido ao Presidente da República para apurar com a PGR a extensão da investigação e gravidade dos dados. Depois da reunião do Presidente da República com a PGR, o primeiro-ministro vem a demitir-se”, desenvolve o comentador SIC.

Para Nuno Ramos de Almeida era “difícil, havendo suspeitas em relação ao comportamento” de António Costa que isso não constasse no comunicado. No entanto, o comentador acrescenta que não lhe parece “lógico que quando há uma denúncia a consequência seja uma demissão".

Mas mesmo assim, tendo em conta a proximidade dos arguidos com o primeiro-ministro, havia motivos suficientemente pesados para se avançar com uma demissão.

“Acho que tudo terá pesado, seria suficientemente grave, mas quando vemos o confronto entre o despacho de indiciação e depois o juiz de instrução vemos que muitas acusações não têm cabimento”, conclui o comentador SIC.

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