O Ministério Público (MP) cometeu um terceiro erro no despacho de indiciação da Operação Influencer, que originou a demissão de António Costa do cargo de primeiro-ministro.
Segundo o jornal Expresso, o documento garante que Diogo Lacerda Machado, Vítor Escária e o ex-CEO da Start Campus se reuniram no dia 22 de dezembro na sede do PS. Mas essa reunião nunca aconteceu.
Durante o interrogatório deste sábado, o ex-chefe de gabinete de António Costa negou que alguma vez se tivesse encontrado com os outros dois arguidos na sede dos socialistas.
Os três procuradores reconheceram o equívoco, dizendo que interpretaram mal uma das escutas do processo.
António Costa (e Silva) e o número da portaria: os outros lapsos
Antes deste erro, o organismo público já tinha assumido na segunda-feira ter-se enganado no número da portaria em que João Galamba é suspeito de ter aprovado, em 2022, com contributos dados por advogados ligados à Start Campus. Mas essa portaria não está relacionada com o projeto de uso dos terrenos dos gasodutos da REN para a passagem de cabos de fibra, mas sim com a flexibilização futura dos usos dos terrenos afetos aos centros eletroprodutores.
O primeiro lapso do MP neste processo foi detetado na transcrição de uma escuta telefónica numa conversa entre Lacerda Machado e Afonso Salema, em agosto do ano passado. Lacerda Machado referia-se a António Costa e Silva, ministro da Economia, e não a António Costa, o agora primeiro-ministro demissionário. Os próprios procuradores terão admitido o erro durante o interrogatório ao “melhor amigo” de Costa.