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Eleições na Madeira: IL acusa PSD de seguir a "via mais fácil e proibicionista"

A IL já reagiu ao acordo de incidência parlamentar para quatro anos, entre PSD e PAN, que torna possível a maioria absoluta no Parlamento da Madeira. Ao mesmo tempo, Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional, admite que está disponível para dialogar com os liberais.

Rui Rocha acompanhado pelo candidato do partido à Assembleia Regional da Madeira, Nuno Morna, à chegada para uma ação de campanha para as eleições legislativas da Madeira no Campus da Universidade da Madeira.
PAULO NOVAIS

SIC Notícias

A Iniciativa Liberal (IL) reagiu à oficialização do acordo entre o PSD e o PAN na Madeira, que viabiliza uma maioria absoluta no Governo regional. Os liberais acusam os sociais-democratas de optarem pela via "proibicionista, sectária, limitadora da atividade económica associada ao turismo, dirigista e inimiga do mundo rural".

A Iniciativa Liberal emitiu um comunicado, assinado pelo presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, e pelo coordenador da Iniciativa Liberal Madeira, Nuno Morna, em reação à assinatura do acordo parlamentar entre PAN e PSD, anunciado durante a tarde desta terça-feira. O partido começa por garantir que coloca "sempre os interesses dos portugueses à frente de qualquer outra consideração partidária", antes de explicar os factos ocorridos na noite eleitoral do passado fim de semana.

O partido informa que foi contactado pelos "laranjas" após a confirmação de que a coligação PSD/CDS não teria maioria absoluta e que estava "disponível para conversar, como sempre esteve, e discutir uma solução que pudesse melhorar a vida dos madeirenses".

Mais adiante no comunicado divulgado, a IL nota que ainda durante a noite eleitoral começaram a surgir notícias que apontavam para um acordo entre o PAN e o PSD, algo que se veio a confirmar.

IL considera-se “desobrigada de qualquer responsabilidade"

Face a estes factos, a Iniciativa Liberal considera-se “desobrigada de qualquer responsabilidade e honrará na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira o compromisso assumido com os seus eleitores, uma posição de avaliação caso a caso de todas as propostas discutidas, propondo e viabilizando aquelas que trouxerem vantagem para os madeirenses e fazendo oposição a tudo o que o novo governo da Madeira queira implementar que não seja liberal e atrase a vida dos madeirenses”.

Sublinha ainda que os sociais-democratas poderiam ter optado "por um caminho reformista, orientado para a liberdade económica, política e social" e, ao invés disso, decidiram seguir "pela via proibicionista, sectária, limitadora da atividade económica associada ao turismo, dirigista e inimiga do mundo rural".

Acrescenta que o PSD preferiu a governação condicionada por "uma visão animalista" do que baixar impostos à população do arquipélago. A IL refere também que esta decisão prova que os sociais-democratas "não estavam à altura de acompanhar" a "natureza exigente e reformista" dos liberais.

"Reduzir a carga fiscal e assegurar o combate à corrupção e uma maior transparência são áreas em que se percebe agora que o PSD teria grandes dificuldades em assumir compromissos, optando por sacrificar o interesse dos madeirenses e abdicando de qualquer tipo de coerência no país", escreve o partido.

A Iniciativa Liberal esclarece, no mesmo comunicado, que as primeiras propostas que irá apresentar no Parlamento Regional terão como objetivo reduzir a carga fiscal e permitir o voto antecipado em mobilidade para os madeirenses.

PSD admite “acordos pontuais” com IL

Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, por sua vez, garante que existe a possibilidade de os sociais-democratas chegarem “a acordos pontuais” com a Iniciativa Liberal, uma vez que “há um conjunto de propostas da IL que está integrado naquilo que são” os princípios do PSD.

Miguel Albuquerque deixa ainda claro que o Governo agora eleito não é “avesso ao diálogo”.

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