A Iniciativa Liberal (IL) reagiu à oficialização do acordo entre o PSD e o PAN na Madeira, que viabiliza uma maioria absoluta no Governo regional. Os liberais acusam os sociais-democratas de optarem pela via "proibicionista, sectária, limitadora da atividade económica associada ao turismo, dirigista e inimiga do mundo rural".
A Iniciativa Liberal emitiu um comunicado, assinado pelo presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, e pelo coordenador da Iniciativa Liberal Madeira, Nuno Morna, em reação à assinatura do acordo parlamentar entre PAN e PSD, anunciado durante a tarde desta terça-feira. O partido começa por garantir que coloca "sempre os interesses dos portugueses à frente de qualquer outra consideração partidária", antes de explicar os factos ocorridos na noite eleitoral do passado fim de semana.
O partido informa que foi contactado pelos "laranjas" após a confirmação de que a coligação PSD/CDS não teria maioria absoluta e que estava "disponível para conversar, como sempre esteve, e discutir uma solução que pudesse melhorar a vida dos madeirenses".
Mais adiante no comunicado divulgado, a IL nota que ainda durante a noite eleitoral começaram a surgir notícias que apontavam para um acordo entre o PAN e o PSD, algo que se veio a confirmar.
IL considera-se “desobrigada de qualquer responsabilidade"
Face a estes factos, a Iniciativa Liberal considera-se “desobrigada de qualquer responsabilidade e honrará na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira o compromisso assumido com os seus eleitores, uma posição de avaliação caso a caso de todas as propostas discutidas, propondo e viabilizando aquelas que trouxerem vantagem para os madeirenses e fazendo oposição a tudo o que o novo governo da Madeira queira implementar que não seja liberal e atrase a vida dos madeirenses”.
Sublinha ainda que os sociais-democratas poderiam ter optado "por um caminho reformista, orientado para a liberdade económica, política e social" e, ao invés disso, decidiram seguir "pela via proibicionista, sectária, limitadora da atividade económica associada ao turismo, dirigista e inimiga do mundo rural".
Acrescenta que o PSD preferiu a governação condicionada por "uma visão animalista" do que baixar impostos à população do arquipélago. A IL refere também que esta decisão prova que os sociais-democratas "não estavam à altura de acompanhar" a "natureza exigente e reformista" dos liberais.
"Reduzir a carga fiscal e assegurar o combate à corrupção e uma maior transparência são áreas em que se percebe agora que o PSD teria grandes dificuldades em assumir compromissos, optando por sacrificar o interesse dos madeirenses e abdicando de qualquer tipo de coerência no país", escreve o partido.
A Iniciativa Liberal esclarece, no mesmo comunicado, que as primeiras propostas que irá apresentar no Parlamento Regional terão como objetivo reduzir a carga fiscal e permitir o voto antecipado em mobilidade para os madeirenses.
PSD admite “acordos pontuais” com IL
Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, por sua vez, garante que existe a possibilidade de os sociais-democratas chegarem “a acordos pontuais” com a Iniciativa Liberal, uma vez que “há um conjunto de propostas da IL que está integrado naquilo que são” os princípios do PSD.
Miguel Albuquerque deixa ainda claro que o Governo agora eleito não é “avesso ao diálogo”.