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Vagas em creches e escolas: ano após ano, "assiste-se ao mesmo problema", é preciso uma "mudança radical"

Ana Cid Gonçalves, secretária-geral da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, considera que há "zero planeamento" na gestão de vagas em creches e escolas. Denuncia ainda que há pais a dizer que se vão despedir "por não terem onde colocar as crianças".

SIC Notícias

Ana Cid Gonçalves, secretária-geral da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, diz que a falta de vagas em creches e escolas é um problema que se repete todos os anos. A responsável defende também que é preciso redefinir e esclarecer as regras de colocação de alunos do mesmo agregado familiar nas escolas.

"A maior preocupação é a questão das colocações em creches e não só. Não há explicação para isto. Ano após ano, no arranque do ano-letivo, ouvimos a mesma conversa de sempre. Nós sabemos quantas crianças é que vão nascer, é previsível. A sensação que dá é que há zero planeamento. Todos os anos se assiste ao mesmo problema: são prometidas imensas vagas, não há aumento do número de crianças e elas continuam sem existir".

Sobre o programa "Creche Feliz", a responsável considera uma "iniciativa muito boa", mas continua a haver injustiças e uma "falta de transparência enorme".

"É um stress absoluto. Há imensos pais a dizer que vão ter de se despedir porque não têm onde colocar as crianças", afirma.

Colocação de alunos do mesmo agregado familiar

Na Edição da Manhã, denuncia que há famílias com "dois ou três filhos" em escolas diferentes, a quilómetros uma da outra.

Ana Cid Gonçalves considera que é preciso esclarecer as regras que definem a colocação de alunos do mesmo agregado familiar nas escolas, um processo que agora considera pouco transparente. Para a secretária-geral da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, devia haver um sistema de pontuações, que devia ser publicado.

"Precisamos de uma mudança radical no sistema", destaca.

"Famílias estranguladas"

Sobre as dificuldades financeiras das famílias, diz que o principal problema é "o contexto em que vivemos" e critica o facto de "os pequenos alívios no IRS" serem os mesmos independentemente do agregado familiar.

"Houve um escalar brutal da inflação, um escalar das taxas de juro. As famílias ficaram estranguladas. Quem são as famílias que ficam com maiores dificuldades para o mesmo nível de rendimentos? Quem tem filhos porque tem maior conjunto de despesas essenciais", diz.

Ana Cid Gonçalves aponta ainda para as "poucas medidas de reaproveitamento" de material escolar.

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