No mês em que arranca mais um ano letivo quase 400 professores reformaram-se. Trata-se de um aumento de 50% em relação ao ano passado e há dez anos que não se somavam tantas novas aposentações no arranque de um ano letivo.
O presidente da Associação de Diretores de Escolas Públicas, Filinto Lima, sublinha que “não é uma preocupação as aposentações, mas o número insuficiente de jovens que queiram seguir a carreira de docente”.
“É preciso torná-la [a carreira] atrativa e investir nos recursos humanos. O Governo tem de começar ou recomeçar, melhor dizendo, a negociar com os sindicatos a questão dos 6 anos, 6 meses e 23 dias, que neste momento é o busílis da questão. Aliás, isto é uma nuvem cinzenta, que é o que corresponde ao braço de ferro muito intenso e já demorado entre Ministério da Educação e os sindicatos”, refere.
Filinto Lima explica que o sistema educativo nacional e até o mundial carece de professores, “no nosso país, mais no Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo”.
“Nestas duas regiões os nossos professores não concorrem devido ao custo elevado que tem um quarto ou casa. São preços exorbitantes para o magro vencimento de um professor”, sublinhando que “é preciso dar apoio aos professores para que se valorize a carreira”, concluiu.
De acordo com uma previsão da Federação Nacional de Professores (FENPROF), o total das reformas de professores e educadores até ao final de 2023 deve exceder as 3.500.