Entregou-se à PSP, o sócio e braço direito do fundador da Altice que deveria ter sido detido na quinta-feira nas buscas da Operação Picoas. Hernâni Antunes é suspeito de ter faturado ilegalmente 660 milhões de euros através de empresas criadas com outros arguidos. Vai juntar-se esta segunda-feira aos interrogatórios dos outros três detidos do processo.
A filha já estava detida há dois dias e até já tinha começado a ser interrogada quando o pai decidiu entregar-se à PSP.
Foi transportado de Matosinhos para o Comando Metropolitano de Lisboa. Está agora detido, quase três dias depois da polícia lhe ter batido à porta.
Sócio e amigo pessoal do fundador da Altice, Hernâni Antunes é, por um lado, suspeito de recebimento indevido de comissões com a venda de direitos de transmissão de jogos de futebol ao Grupo Altice. Negócio para o qual terá contado com a influência do antigo acionista da empresa, Armando Pereira.
No despacho de indiciação a que a SIC teve acesso, o Ministério Público fala também de um circuito montado com a filha, alegada testa-de-ferro do pai.
Empresas que terão assegurado contratos de fornecimento à Altice como a Edge Technology, sozinha faturou mais de 260 milhões de euros.
Os procuradores dizem que Hernâni Antunes, com a colaboração de Armando Pereira e com repartição de vantagens indevidas por outros dirigentes do grupo, conseguiu contratos de fornecimento. A faturação das principais empresas atingiu, entre 2017 e 2022 cerca de 660 milhões de euros.
Agora detido, o empresário de Braga há de ser interrogado pelo juiz. Primeiro tem de esperar que a filha acabe de o fazer.
Além de Jéssica Antunes, já decidiram falar o economista Álvaro Loureiro e o fundador da Altice.
Armando Pereira é um dos quatro detidos por suspeitas de viciação de decisões da Altice com práticas que terão lesado empresas do grupo e da concorrência.
O Ministério Público contabiliza um desvio de 250 milhões e uma lesão para os cofres de estado de 100 milhões.