A Operação Babel está relacionada com suspeitas de corrupção em negócios imobiliários e em causa estão três obras emblemáticas, todas do Grupo empresarial Fortera. A construção estaria a ser acelerada comprando as pessoas que tinha o poder de decisão.
De todas as obras do grupo Fortera em Vila Nova de Gaia, o Skyline é, talvez, o mais impactante e o que mais tem sido falado, mas este não é, de todo, o projeto mais detalhado na investigação.
De facto, as alegadas luvas, bem como os relógios alegadamente oferecidos ao vice-presidente da Câmara de Gaia surgem ligados a um outro empreendimento do grupo na cidade: o Alive Riverside.
É um investimento de mais de 110 milhões euros. No total, vai ter 126 apartamentos de luxo de tipologia T1 a T5.
No topo da encosta do Rio Douro, perto da Ponte da Arrábida, o projeto esbarrou logo de início na descoberta de achados arqueológicos num dos lotes do terreno que pôs em causa a capacidade construtiva nesse local e, depois disso, surgiu um novo percalço, desta vez, relacionado com o traçado da Linha rubi do Metro do Porto.
Tudo terá sido resolvido graças à intervenção do vice da autarquia e o projeto deve estar concluído no verão de 2025.
O mais emblemático projeto do grupo é, então, o Skyline. O empreendimento ocupa mais de 54 mil metros quadrados, com um hotel de cinco estrelas, 300 apartamentos de luxo e um centro de congressos.
O projeto foi entregue, alegadamente, por imposição de Patrocínio Azevedo a Eduardo Souto Moura. Para amortizar o custo extra da contratação do arquiteto, terá sido aumentada a capacidade construtiva com aprovação de pisos extra no edifício, o que terá aumentado o valor de mercado do empreendimento em cinco milhões de euros.
Uma terceira obra referenciada na investigação é a do Hotel Azul, em plena zona histórica de Gaia. No ano passado, já com as máquinas no terreno, foi detetada a necessidade de fazer obras de contenção da escarpa. Foi o grupo Fortera a encarregar-se disso, em troca ficou isento de todas as taxas municipais o que é ilegal.