O vice-presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Patrocínio Miguel Vieira Azevedo, e outras seis pessoas, foram esta terça-feira detidas pela Polícia Judiciária (PJ) durante as buscas realizadas nas autarquias de Gaia e do Porto, centradas na área do urbanismo.
Patrocínio Azevedo é líder da Concelhia do PS em Gaia há 10 anos e é o rosto que sobressai na Operação Babel, para além de vice-presidente da autarquia de Gaia é apontado como o sucessor do atual presidente.
A PJ investiga crimes de corrupção, prevaricação e abuso de poder ligados ao licenciamento urbanístico de projetos que ascendem os 300 milhões de euros.
O CEO do grupo imobiliário Fortera, Elad Dror, há 12 anos em Portugal, também foi detido por suspeitas de corrupção. Esta terça-feira, em comunicado, o grupo garantiu estar a colaborar com as autoridades.
Autarquia do Porto não está diretamente visada na Operação Babel
A Câmara do Porto garante que não está diretamente visada na investigação, mas sim “empresas privadas que têm processos urbanísticos a tramitar na Câmara”, admitindo no entanto que foram apreendidos dois telemóveis, sendo o do vereador do urbanismo um deles. O outro telemóvel pertence a uma chefe da divisão do Urbanismo.
“Velho conhecido” ligado à Operação Vortex
Das buscas resultaram sete pessoas detidas e 12 foram constituídas arguidas. Há dois funcionários da autarquia do Porto entre os detidos. Um jurista e um trabalhadora da Direção Regional de Cultura do Norte.
Além do CEO da Fortera, também foi detido outro empresário ligado ao ramo do imobiliário: Paulo Malafaia. Um “velho conhecido” que recentemente já tinha sido detido no âmbito da Operação Vortex, que levou à queda do presidente da autarquia de Espinho, Miguel Reis. Na altura, o empresário acabou por sair em liberdade depois de pagar uma fiança de 100 mil euros.