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PJ realiza buscas na Câmara de Gaia

Pelo menos sete pessoas foram detidas. Em causa estão crimes de corrupção, abuso de poder e recebimento indevido de vantagem no favorecimento de grupos imobiliários.

(Arquivo)
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Bárbara Ferreira

SIC Notícias

Lusa

O vice-presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Patrocínio Miguel Vieira Azevedo, e outras seis pessoas, foram esta terça-feira detidas pela Polícia Judiciária (PJ) durante as buscas realizadas nas autarquias de Gaia e do Porto, centradas na área do urbanismo.

Em causa estão crimes de corrupção, abuso de poder e recebimento indevido de vantagem no favorecimento de grupos imobiliários.

Os detidos vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial.

Vice-presidente da Câmara Municipal de Gaia, Patrocínio Miguel Vieira Azevedo
Câmara Municipal de Gaia

Em causa “interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros”

No âmbito da operação Babel “foram efetuadas 55 buscas domiciliárias e não domiciliárias, em várias zonas do território nacional, em autarquias e diversos serviços de natureza pública, bem como a empresas relacionadas com o universo urbanístico”, revela a PJ em comunicado.

A Polícia Judiciária confirma que estão em causa “interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros”.

A PJ revela que, durante a operação, estiveram presentes magistrados do DIAP Regional, 130 investigadores criminais da Diretoria do Norte e de diversas unidades orgânicas da Polícia Judiciária, bem como peritos informáticos e financeiros desta Polícia, contando com o apoio da Unidade de Segurança da PJ".

Câmara do Porto diz que não é a principal visada

A Câmara Municipal do Porto garantiu hoje que as buscas da Polícia Judiciária nos serviços municipais do urbanismo não visam o município, mas empresas privadas com processos urbanísticos ali a tramitar.

"A Câmara Municipal do Porto informa, de acordo com o que pode apurar até ao momento, que as buscas da Polícia Judiciária que esta manhã ocorreram nos serviços municipais do Urbanismo não visam o município", sublinhou a autarquia, liderada pelo independente Rui Moreira, em comunicado enviado às redações.

Segundo o município, as buscas da PJ visam empresas privadas que têm processos urbanísticos a tramitar na câmara, assim como em outras autarquias sem, contudo, referir quais.

Além disso, a autarquia confirmou que, neste momento, a PJ está a analisar dois telemóveis, sem avançar a quem pertencem.

Anteriormente, fonte da Câmara do Porto confirmou terem sido apreendidos os telemóveis do vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, e de uma chefe de divisão do Urbanismo.

"A Câmara Municipal do Porto mantém-se colaborante com a investigação", vincou.

Vereador Pedro Baganha: "Eu não sou arguido"

À porta do município, e quando questionado pelos jornalistas sobre o porquê de lhe ter sido apreendido o telemóvel, Pedro Baganha disse apenas que a PJ está a efetuar várias diligências de recolha de informação digital em postos de trabalho e em telefones.

Garantiu ainda que não foi constituído arguido, reforçando que a operação prende-se com empresas privadas e não com a Câmara Municipal do Porto.

"Eu não sou arguido", disse aos jornalistas.

[Notícia atualizada às 13:27]


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