Os resultados do novo estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos mostram que os eleitores mais jovens, os menos escolarizados, os que adquiriram recentemente a nacionalidade portuguesa ou pertencem a uma minoria étnica, bem como aqueles que não vivem em casa própria ou da família, e ainda os que residem mais longe do local de voto, tendem a participar menos nas eleições.
Entre votantes e abstencionistas, destaca-se uma conclusão contrária ao que se verifica em muitos países. Em Portugal, os chamados votantes intermitentes, posicionam-se ligeiramente mais à direita do que os votantes assíduos e frequentes.
Outra conclusão do estudo é que os abstencionistas preferem ser representados por pessoas da vida comum, com poucas ou nenhumas ligações ao sistema partidário, em vez de políticos profissionais.
Sobre as soluções para reduzir a abstenção surgem diferenças. Quem vota acredita que a melhor forma é tornar o voto obrigatório e quem se abstém com mais frequência defende, pelo contrário, o voto pela Internet.
Já a classe política, também ouvida no estudo, considera essencial investir na educação para a cidadania das novas gerações, tanto nas escolas como em contexto familiar.
Este estudo, que analisou as eleições autárquicas de 2021, combinou métodos quantitativos e qualitativos: incluiu um inquérito a mais de 2.400 pessoas entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, seis focus groups com abstencionistas e encontros com representantes políticos.