O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse esta quarta-feira "não ter dúvidas" que Portugal "é muito estável" politicamente que isso "não depende" do Presidente da República ou do primeiro-ministro, dada a pertença à União Europeia (UE).
"Há sete anos e uns meses, tratava-se de reafirmar o óbvio, que Portugal é europeu e que não dependia do Presidente, do primeiro-ministro ou do Governo. Havia dúvidas sobre o ciclo da vida política, [mas] não houve dúvidas nenhumas e não há dúvidas nenhumas hoje", declarou.
Esta posição do chefe de Estado português foi transmitida em conferência de imprensa após uma reunião bilateral com a Presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, antes de Marcelo Rebelo de Sousa se dirigir aos eurodeputados num discurso no hemiciclo europeu sobre a sua visão relativa aos desafios da Europa.
"Portugal é muito estável", apesar de ter "os seus problemas", garantiu o Presidente da República, quando questionado sobre as atuais divergências com o primeiro-ministro, António Costa.
Este é o caso de hoje e será o caso no futuro", adiantou, sublinhando que "o que importa é que os portugueses, como um todo, são pró-europeus".
Na primeira vez que se encontram desde o conflito que colocou Belém e São Bento de costas voltadas, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa trocaram poucas palavras e estiveram quase sempre afastados. Marcelo e Costa chegaram a Espanha em separado, tal como manda o protocolo.
Em causa está a recusa do primeiro-ministro em demitir o ministro das Infraestruturas contra a vontade do Presidente, o que mereceu um “raspanete” do chefe de Estado.
Desde aí, Costa tem dito que é preciso desdramatizar e Marcelo remete-se a um silêncio que diz merecer reflexão. Têm recusado falar sobre o conflito, mas a tensão entre São Bento e Belém é notória.
Marcelo critica "guerra imoral” e projeta o futuro
No âmbito do Dia da Europa, Marcelo Rebelo de Sousa criticou a “guerra ilegal, injusta e imoral”, provocada por “um erro chocante da federação russa”, a qual “a União Europeia respondeu com princípios, firmeza, unidade e solidariedade".
O Presidente da República falou num futuro integrado, com protagonismo para “as mulheres e os homens europeus”.
“Acreditamos no futuro. Numa Europa não dos chefes de estado e de Governo, não dos líderes políticos e partidários. Uma Europa das mulheres e dos homens. É este o desafio”.