A partir da Embaixada de Portugal em Londres, o Presidente da República falou aos jornalistas após a cerimónia da coroação do rei Carlos III a que assistiu este sábado na Abadia de Westminster, descrevendo o momento como de “alegria”. E sobre a declaração de António Costa? “O que disse está dito”, respondeu.
“Foi uma alegria que começou logo ontem na receção, foi visível o carinho que têm por Portugal, o rei obviamente muito atento ao facto de este ano se celebrarem 650 da nossa aliança, a mais antiga da Europa e das mais antigas do mundo, (…) foi muito impressionante ver isso, como da parte do Governo britânico (…) sentiu-se um carinho muito grande por Portugal", apesar dos muitos chefes de Estado e de Governo que estavam presentes.
"Hoje foi o dia da alegria e da coroação", declarou, destacando que esta circunstâncias são também importantes para “contactos bilaterais e multilaterais" com homólogos, como foi o caso do brasileiro Lula da Silva e do angolano João Lourenço.
"É um novo ciclo histórico que se abre", vincou, recordando que esteve em setembro na capital britânica "numa altura muito triste", para o funeral da Rainha Isabel II. "O contraste foi evidente", sublinhou, recordando "o peso de uma rainha que tinha marcado uma época da vida, não apenas do Reino Unido, mas também da Europa e do mundo".
Questionado sobre a reação de Costa ao raspanete que o chefe de Estado deu na declaração que fez ao país, na noite de quinta-feira, Marcelo recusou “voltar ao tema” não apenas “por estar no estrangeiro”, mas porque, disse, não tem nada mais a acrescentar.
“Falei há dois dias e aquilo que disse, disse e não tenciono estar a comentar o que os comentadores dizem daquilo que disse. Aquilo que tinha a dizer disse, está dito, e não vou voltar a pronunciar-me sobre a matéria nem hoje, nem nos próximos dias, nem nas próximas semanas. Os portugueses ouviram e o papel do Presidente da República não é interpretar-se a si próprio”, sustentou.
O chefe de Estado quer pôr um ponto final à “novela” dos últimos dias. Por isso, acrescentou, quis “falar” ao país de forma a “qualquer português perceber”. As “reinterpretações, esclarecimentos, elucidações”, não são para ser feitas pelo Presidente, vincou.
“Tudo o que quis abordar, abordei, (…) e não tenciono abordar mais essa matéria, nem quero acrescentar mais nada”, concluiu.
[Notícia atualizada às 16:53]