O NRP Mondego esteve mais de 300 dias em missão no último ano, muito acima do tempo médio de navegação. Em janeiro deveria ter sido rendido pela corveta António Enes, que acabou por avariar antes de chegar ao destino.
Navegou 40 milhas até parar com problemas mecânicos graves, sobretudo ao nível do sistema de propulsão, que permite mover o navio através da água.
A bordo da corveta António Enes, já com 50 anos ao serviço da Marinha portuguesa, uma guarnição de 70 militares entre praças, sargentos e oficiais que não chegou ao destino.
Depois de cinco meses nos Açores, quando devia ter ficado apenas três, ia render o navio Mondego nas águas territoriais da Madeira após 321 dias de missão, um período muito acima do tempo médio de navegação que é de cerca de 160 dias por ano.
Com 85 metros de comprimento, a corveta António Enes, preparada para ações de vigilância, busca e salvamento marítimo, foi obrigada a abortar a missão para ser reparada.
Segundo o que a SIC apurou, a Marinha portuguesa chegou a ter 10 corvetas. Oito já foram entretanto abatidas, apenas uma permanece operacional, a António Enes.
A João Roby já foi várias vezes intervencionada com um custo de milhares de euros para os bolsos dos contribuintes e ainda continua sem condições para navegar.
A esquadra portuguesa está obsoleta. Dos quatro navios de patrulha oceânica, pelo menos dois navegam sem o respetivo material de artilharia, o NRP Setúbal e o Sines, ambos com cinco anos. Nesta armada sem canhões, há mais para contar. Das cinco fragatas, três estão inoperacionais.
A Vasco da Gama, por exemplo, está há cinco anos encostada e já nem tem guarnição, tal como a Francisco de Almeida e a Álvares Cabral.