"Soube de dois casos nos últimos dois meses, de quintas de média dimensão, com entre 10 a 20 hectares", adquiridas por empresários com fortunas feitas em setores fora da vinicultura, disse hoje à agência Lusa em Londres.
Frederico Falcão não conhece as intenções destes negócios, nomeadamente se foram por interesse em obter um "visto dourado", a autorização de residência atribuída a estrangeiros que adquiram bens imóveis de valor igual ou superior a 500 mil euros.
Porém, lembrou que o investimento de empresários chineses na produção de vinho na Europa não é nova, embora até agora se tenha concentrado apenas na zona de Bordéus, em França.
O jornal Le Monde noticiou em junho de 2013 que cerca de 40 propriedades produtoras de vinho naquela região foram compradas por milionários chineses ao ritmo de uma por mês desde 2011. Le Monde, indicou também que a China, quinto maior consumidor de vinho no mundo, é atualmente o principal destino das exportações de vinho francês de Bordéus.
Um relatório de 2011 da AICEP, a Agência para o Investimento e Comércio Externo, sobre o mercado chinês do vinho já referia que Portugal já tinha entrado "na mira" dos grupos de investidores chineses, apesar da falta de notoriedade naquele país.
O presidente do IVV confirmou que a China ainda está fora do top 10 de importadores de vinho português, mas mostrou-se esperançado em que o envolvimento de empresários chineses possa ajudar a penetrar num mercado que, apesar da grande dimensão e potencial, é pouco maduro e difícil.
"Os produtores chineses podem ajudar a passar a mensagem da qualidade e aumentar o reconhecimento do vinho português", sublinhou, à margem da prova anual de vinhos em Londres organizada pela ViniPortugal, a associação interprofissional do setor vitivinícola.
Lembrou ainda que Portugal tem outro trunfo em termos de marketing: "Pu Tao Ya", Portugal em mandarim, significa "país das uvas".
Com Lusa