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PSD e CDS recusam pedido do PS para audição urgente do ministro Miguel Macedo

PSD e CDS rejeitaram hoje um requerimento do  PS para ouvir com urgência o ministro da Administração Interna sobre os  incidentes ocorridos na escadaria do parlamento, na quinta-feira, durante  uma manifestação de agentes de forças de segurança. 

Na reunião da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades  e Garantias, as duas forças da maioria governamental rejeitaram também um  segundo pedido apresentado pelo deputado socialista Marcos Perestrello no  sentido de convocar para uma audição parlamentar o novo diretor nacional  da PSP, Luís Peça Farinha. 

Na sequência de uma sugestão do deputado do PCP Jorge Machado, o líder  da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, Marcos Perestrello,  aceitou substituir o seu pedido inicial de audição do diretor nacional da  PSP demitido na sexta-feira, Paulo Valente Gomes, pelo recém-empossado nesse  cargo, Luís Peça Farinha, mas PSD e CDS opuseram-se à comparência no parlamento,  nesta fase, de qualquer responsável do comando hierárquico desta corporação  policial. 

Em sucessivas intervenções, Hugo Velosa (PSD) e Telmo Correia (CDS)  concordaram com a "gravidade" e com o caráter "excecional" dos incidentes  ocorridos na escadaria do parlamento, mas discordaram do caráter de urgência  constante no requerimento do PS para ouvir o ministro da Administração Interna.

PSD e CDS contrapuseram que o ministro Miguel Macedo deverá ser ouvido  no parlamento após a conclusão das averiguações a cargo da Inspeção Geral  da Administração Interna (IGAI)), num momento em que "forem conhecidos todos  os dados" referentes ao furo do cordão de segurança por agentes policiais  em protesto. 

Hugo Velosa e Telmo Correia pediram assim ao PS para retirar a exigência  de o ministro da Administração Interna ser ouvido com urgência, alegando  também para o efeito que, por norma, os relatórios do IGAI são concluídos  em prazos curtos de tempo. 

Porém, Marcos Perestrello contestou que o relatório de conclusões da  IGAI pudesse travar a audição do ministro, frisando que Miguel Macedo "tem  de dar perante o parlamento explicações políticas sobre o que se passou  na passada quinta-feira". 

"A urgência justifica-se até pelo que aconteceu ainda com as manifestações  de terça-feira  1/8invasões dos ministérios 3/8. Por outro lado, as conclusões  da inspeção nada terão de político e neste caso é preciso apurar responsabilidades  políticas. Uma manifestação com as características da que teve lugar na  quinta-feira passada foi acompanhada ao minuto pelo Governo e teve como  desfecho a demissão do diretor nacional da PSP", alegou o ex-secretário  de Estado socialista. 

Perante a resistência do PSD e do CDS em aprovarem o requerimento do  PS, Marcos Perestrello criticou o Governo e as forças da maioria por "estarem  a tentar lançar uma nuvem de fumo" com a ideia de que o caso ficou resolvido  com a substituição do responsável máximo da PSP. 

"Até ao momento, o ministro da Administração Interna ainda não prestou  esclarecimentos. Pelo contrário, na sua conduta, há um alijar de responsabilidades",  considerou o deputado socialista. 

Bloco de Esquerda e PCP votaram a favor dos dois pontos do requerimento  do PS, mas discordaram da linha de argumentação "empolada" usada pelos socialistas  sobre os incidentes na escadaria da Assembleia da República. 

Na reunião de hoje, PSD e CDS rejeitaram também um requerimento apresentado  pela vice-presidente da bancada do PS Ana Catarina Mendes para que fosse  ouvido em breve o Conselho Superior de Magistratura. 

Lusa

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