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Elementos das forças policiais manifestam-se e pedem a demissão do Governo

Milhares profissionais das forças e serviços  de segurança pediram hoje a demissão do Governo, durante uma manifestação  que se realizou em Lisboa e juntou mais de 10 mil manifestantes, segundo  fonte sindical.  

"Está na hora do Governo ir embora" foi a frase mais ouvida esta tarde,  nas ruas que ligam o largo de Camões à Assembleia da República. Por várias vezes, durante o percurso feito a pé, os manifestantes gritaram  "a polícia unida jamais será vencida" e "segurança de Portugal somos nós".

Paulo Fernandes, a trabalhar há 15 anos no Serviço de Estrangeiros e  Fronteiras, participou pela primeira vez numa manifestação, e explica que  saiu à rua para protestar contra a falta de condições no trabalho e os cortes  no ordenado. "Faltam condições de trabalho, cada vez tenho mais trabalho e menos  colegas", disse à agência Lusa, enquanto se juntava ao protesto, realizado  no mesmo dia em que o SEF efetuou o primeiro de quatro dias de greve. 

Paulo Fernandes disse ainda que já perdeu "entre 10 a 20%" do seu salário,  além de ter sofrido um aumento da carga horária.  

Outro manifestante, Jorge Ramos, guarda prisional há 25 anos, disse  à Lusa que participa na manifestação porque sente "na pele o roubo" no seu  vencimento, ao mesmo tempo que as condições de trabalho da classe se degradam  cada vez mais. "Ainda hoje vi que recebi menos 700 euros, com o pagamento do subsídio",  frisou. 

Os inspetores da PJ juntaram-se pela primeira vez ao protesto organizado  pela Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações  dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, que congrega a GNR,  PSP, Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Polícia Marítima, Guardas  Prisionais e Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). 

Mário Coimbra, da Associação Sindical dos Investigadores Criminais (ASFIC/PJ),  explicou que os inspetores da PJ se juntaram ao protesto, porque "os problemas  são transversais a todas as forças policiais e de segurança", tal como os  cortes nos vencimentos e nos orçamentos das instituições. 

Ao som de apitos e gritos, juntaram-se bandeiras dos vários sindicatos  e cartazes, nos quais se podem ler frases como "segurança pública exige  profissionais motivados" e "basta de austeridade pela segurança". 

Os manifestantes estão agora concentrados à frente da Assembleia da  República. 

 

     

 

Lusa

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