País

Serviço público de rádio e tv será discutido publicamente através de um "banco de ideias"

Os cidadãos vão poder participar na discussão sobre a proposta de contrato de concessão de serviço público de rádio e televisão, apresentado hoje no Parlamento, através de um site que deverá servir como "banco de ideias". O Governo vai criar um novo modelo de governação  da RTP que passa pela criação de um "conselho geral independente", que irá  escolher e nomear a administração da empresa.

TIAGO PETINGA

O ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro,  apresentou hoje aos deputados da Comissão para a Ética, a Cidadania e a  Comunicação "algumas inovações incluídas" na proposta de contrato de concessão  de serviço público. 

Entre estas, Poiares Maduro destacou a criação de um "micro site, onde  será possível ler e aceder ao contrato", e onde "será lançado fórum aberto  à discussão de cidadãos, que "deverá ser um banco de ideias".  

O ministro entende dar assim "oportunidade aos cidadãos de terem voz  do que entendem dever ser o serviço público". 

Neste "micro site", será também desenvolvido o "dia do serviço público",  dedicado à discussão deste assunto. 

Um dos objetivos do ministro é que neste dia, em que haverá "conferências,  workshops e debates na RTP, e em que a RTP estará disponível para ser visitada",  sejam "discutidas algumas sugestões do banco de ideias". 

Novo modelo da RTP cria conselho geral independente que nomeia administração

O Governo vai criar um novo modelo de governação  da RTP que passa pela criação de um "conselho geral independente", que irá  escolher e nomear a administração da empresa, anunciou hoje o ministro Miguel  Poiares Maduro. 

"O objetivo é ter um órgão genuinamente independente", sublinhou o ministro-adjunto  e do Desenvolvimento Regional na apresentação aos deputados da Comissão  parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação das linhas gerais  do próximo contrato de serviço público, e do novo modelo de governação da  empresa.  

Este conselho geral terá uma "composição limitada, de cinco a sete membros",  e o Governo manifesta-se empenhado em "procurar as melhores regras para  escolher um órgão genuinamente independente", ainda assim, explicou Miguel  Poiares Maduro,  "a verdadeira independência estará na sua composição original".

O ministro entende que "quanto mais esses nomes [os que vierem a formar  o primeiro conselho geral] forem entendidos como genuinamente independentes",  mais garantias se oferece ao processo de escolha destes membros nos conselhos  futuros, considerou Miguel Poiares Maduro.  

O "objetivo principal" por detrás da reforma é o de "eliminar o risco  de perceção de governamentalização da empresa". "Mesmo que esse risco não  seja real, a simples perceção na opinião pública" afeta a imagem de serviço  público, considerou o ministro.  

"A ideia de que o Conselho de Administração pode ser visto como um instrumento  do poder político pode ser uma ameaça" ao desempenho da empresa, acrescentou.

Este conselho, disse ainda Poiares Maduro, contribui positivamente para  a estabilidade financeira da RTP, a par de um novo modelo de financiamento  plurianual. "O modelo não será perfeito", reconheceu, mas "será melhor",  concluiu. 

Lusa

Últimas