Nos Estados Unidos, Donald Trump, que esteve envolvido num processo semelhante depois do ataque ao Capitólio, disse estar surpreendido com a sentença e descreveu Jair Bolsonaro como "um homem bom". No Brasil, a condenação está a acentuar ainda mais as divisões.
De um lado, a festa, Do outro, a desolação. Os fiéis à 'religião Bolsonaro' falam em injustiça, enquanto os que o acusam de ser uma ameaça à democracia marcam este dia histórico.
Na capital federal, Brasília, e um pouco por todo o país, o retrato foi este: um segundo carnaval, depois de ter sido conhecida a primeira condenação de sempre de um ex-presidente por tentativa de golpe de Estado.
Menos animadas estiveram manifestações como esta, onde se pediu a intervenção divina e não só.
A eventual pressão do aliado Donald Trump é agora a maior esperança do clã Bolsonaro.
Dito e feito. Nos Estados Unidos, o chefe da diplomacia da Casa Branca fala em "caça às bruxas". Foi essa a expressão usada por Donald Trump quando foi acusado de envolvimento no ataque ao Capitólio de janeiro de 2021.
Para já, o governo norte-americano diz apenas que vai responder de forma adequada, mas essa garantia pode significar novas medidas de retaliação. Donald Trump já proibiu a entrada nos Estados Unidos de 7 dos 11 juízes que compõem o Supremo Tribunal Federal do Brasil.
Entre eles estão os quatro magistrados que votaram pela condenação de Bolsonaro.
Nas últimas semanas, ordenou ainda a imposição de taxas de 50% sobre a maior parte das exportações do Brasil para os EUA.
Por escrito, o governo de Brasília deixa mais duas garantias:
- Não se vai deixar intimidar por ameaças.
- Promete ainda defender a soberania do país de agressões e tentativas de interferência, venham de onde vierem.
No lugar onde, há dois anos e meio, aconteceu o ataque à Praça dos Três Poderes, ecoam agora outras notas. Denunciam um país fraturado, onde as diferenças e divisões ameaçam aumentar ainda mais.