Rosa Coutinho Cabral regressa ao “Botequim”, bar fundado por Natália Correia em 1971, na Graça, em Lisboa. O espaço era ponto de encontro de artistas e pensadores e serviu de cenário às gravações do filme sobre a escritora e ativista.
"Tinha uma missão: prestar homenagem a Natália Correia. E, sobretudo, desempenhei um pouco o papel de detetive para fazer justiça à enorme injustiça que o país cometeu ao não reconhecer a sua importância e a sua dimensão", explica Rosa Coutinho Cabral.
No filme, Natália é recordada por atores e amigos através de testemunhos que viajam pelas várias dimensões da escritora. A chegada do filme aos cinemas coincide com a altura em que a escritora faria 102 anos.
Destacou‑se sobretudo como poeta, mas recusava o termo poetisa. Está eternizada numa biblioteca em Carnide, em Lisboa.
Estima‑se que tenha editado mais de 30 obras, entre as quais abordava temas como a sexualidade, o amor, o poder e a liberdade.
Liberdade que levou ainda até à Assembleia da República, onde foi deputada entre 1980 e 1991. Lutou pela independência do país, pela emancipação da mulher e pela cultura.
"Ela gostaria de ser lembrada como uma mulher de muita coragem, que não se vergava a poder nenhum. Sempre defendeu que é a cultura a base da transformação e da mudança das mentalidades."