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Auditoria aponta crimes de peculato a Maria das Dores Meira, ex-autarca e candidata à CM Setúbal

Em causa está o uso abusivo dos cartões de crédito da autarquia e o recebimento indevido de ajudas de custo, como a Investigação SIC revelou há quase um ano. Agora candidata independente, Maria das Dores Meira afirma estar a ser alvo de uma perseguição política a menos de um mês das eleições autárquicas.

Ana Filipa Nunes

João Venda

Gonçalo de Freitas

Um dos pontos analisados pela auditoria foi o suposto dom da ubiquidade de Maria das Dores Meira. Já em outubro do ano passado, a Investigação SIC revelava os boletins itinerários que colocavam ao mesmo tempo a presidente da câmara em Moçambique e em Valência, e a receber ajudas de custo pelas duas viagens.

A auditoria abarca os dois mandatos da antiga autarca comunista, entre janeiro de 2017 e outubro de 2021.

Chega à conclusão de que a atuação de Maria das Dores não cumpriu a lei na utilização dos cartões de crédito e na duplicação de ajudas de custo, resultando numa discrepância de quase 19 mil euros, para além do uso de verbas municipais para fins de natureza pessoal e recreativa.

"Desconheço a referida auditoria e o seu resultado. Não me foi facultado o seu conteúdo nem sequer fui ouvida no decorrer da mesma. Muito menos me foi dado acesso ao processo ou a possibilidade de verificar a transparência do mesmo. Acho estranho que uma auditoria que visa apenas a minha pessoa seja divulgada a 30 dias das eleições autárquicas", afirmou Maria das Dores Meira.

A auditoria termina por afirmar que a apropriação indevida de património público é crime de peculato. A auditoria, encomendada no final do ano passado pela atual câmara CDU, devia estar pronta em dois meses, mas só agora, a um mês das autárquicas, vê a luz do dia.

"Esta auditoria é a continuação da perseguição política que começou quando anunciei a minha candidatura à presidência da Câmara Municipal de Setúbal. Serve apenas para me visar e perseguir politicamente. É uma tentativa de difamação por parte dos meus opositores para tentarem obter vantagens eleitorais."

Maria das Dores Meira é candidata independente, mas com o apoio da direção nacional do PSD, apesar de a concelhia nacional democrata estar contra.

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