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Direita radical cresce em toda a Europa e ganha cada vez mais influência no Parlamento Europeu

A direita radical está a crescer em toda a Europa. Em países como Itália e Hungria, já se encontra no poder, enquanto em vários outros tem formado coligações ou liderado a oposição.

Márcia Torres

Miguel Castro

Portugal não escapa à viragem. Pela primeira vez, o Chega pode ser líder da oposição com os resultados que faltam apurar dos portugueses residentes no estrangeiro, tendo já ultrapassado os 22% da votação de domingo. Trata-se de uma ascensão da direita radical que se tem vindo a acentuar em toda a Europa.

Na Hungria, governa o partido ultra-conservador de Viktor Orbán, reeleito em abril de 2022 para um quarto mandato consecutivo. Também em Itália, Giorgia Meloni chefia o Governo, em coligação.

Em França, o maior partido no Parlamento é o de Le Pen. Nos Países Baixos, Geert Wilders obteve mais de 23% nas legislativas de 2023. E na Alemanha, os radicais ultrapassaram os 20% nas legislativas deste ano. Ainda em países como a Suécia e a Finlândia, partidos da extrema-direita fazem parte dos Governos.

Politólogo aponta para forças sujeitas a ciclos

Para o politólogo Riccardo Marchi, são forças que vieram para ficar, mas que se sujeitam a ciclos como todos os partidos num regime democrático.

O crescente peso da direita radical no Parlamento Europeu tem pressionado mudanças nas narrativas, como, por exemplo, na discussão da defesa das fronteiras e de temas centrais, como uma Europa federalista. Estados soberanos, mas na Europa.

A Europa vai-se ajustando à direita radical, que adapta a narrativa aos atuais desafios, marcados pela enorme instabilidade internacional.

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