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Tigres e leopardos ao domicílio? Casal detido em Espanha por vender animais exóticos online

A operação da Guardia Civil, iniciada em março de 2024, revelou um esquema complexo que envolvia criadores, transportadores e veterinários. Uma pantera estava à venda por 60 mil euros.

Guardia Civil

Ana Rute Carvalho

Um casal russo foi detido na ilha espanhola de Maiorca por suspeitas de liderar uma rede internacional de venda de espécies protegidas, como tigres brancos, pumas e leopardos.

De acordo com um comunicado da Guardia Civil, divulgado na segunda-feira, a operação foi lançada em março de 2024, depois do Serviço de Proteção da Natureza ter tomado conhecimento de que um casal em Maiorca possuía e criava servais, caracais e gatos híbridos, que depois eram vendidos nas redes sociais.

Durante as buscas a uma residência em Maiorca, foram localizados 19 animais, entre os quais um caracal, dois servais e 16 gatos híbridos. Foram também apreendidos 40 passaportes de animais provenientes da Rússia, Bielorrússia e China.

A Guardia Civil revelou que o casal era muito ativo nas redes sociais e era contactado por pessoas de outros países para comprar os animais exóticos.

Era apenas a “ponta do icebergue”

Nas buscas em Maiorca, a polícia percebeu que a criação de servais e caracais era apenas a “ponta do icebergue” de um esquema internacional que envolvia outras espécies protegidas, como tigres brancos, leopardos negros, panteras nebulosas, linces, pumas e hienas.

Segundo a investigação das autoridades espanholas, uma pantera nebulosa estava a ser vendida por 60 mil euros.

A rede contava ainda com criadores, transportadores e veterinários.

Entravam na UE através da fronteira da Polónia com a Bielorrússia

A maior parte dos animais vendidos provinham da Rússia, Bielorrússia e Ucrânia. Entravam clandestinamente na União Europeia através da fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia e, partir daí, era distribuídos com documentação falsa.

Além do casal russo, um israelita está a ser investigado por envolvimento no esquema ilegal. Estão acusados de crimes contra a fauna, contrabando, documentação falsa e organização criminosa.

Os animais encontrados foram levados, temporariamente, para o Zoo Safari de Maiorca e, depois, deverão ser transferidos definitivamente para um centro de resgate e reabilitação de animais, em Alicante.

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