Um museu de arte australiano passou a expor obras do pintor Pablo Picasso na casa de banho feminina. É a resposta a uma decisão judicial, que quer obrigar o espaço a permitir a presença de homens numa exposição que era exclusiva para mulheres.
Aconteceu no Museu de Arte Antiga e Nova (MONA) da Tasmânia, na Austrália.
Anteriormente, as pinturas de Picasso estavam expostas no Ladies Lounge (sala feminina), uma área apenas para mulheres, adianta o The Guardian. O espaço de arte em causa tinha sido desenvolvido pela artista americana Kirsha Kaechele, mulher do proprietário do museu, David Walsh.
O objetivo da artista era mostrar experiências de exclusão dos homens. No espaço, as mulheres eram "mimadas" por mordomos, que lhes serviam champanhe enquanto estas apreciavam as obras de arte.
Esta segunda-feira, Kirsha Kaechele partilhou nas redes sociais fotografias e um vídeo das obras expostas, desta vez, na casa de banho feminina.
Em abril, um tribunal australiano decidiu que o espaço apenas direcionado para mulheres era "discriminatório", depois de ter sido negada a entrada a um homem, diz o jornal britânico.
Após a decisão, o museu teve 28 dias para acabar com a proibição de pessoas com base no género. Em vez disso, decidiu fechar a exposição.
Em maio, a responsável pelo espaço informou que o museu iria recorrer da decisão no Supremo Tribunal.
"O Ladies Lounge teve que fechar devido a um processo aberto por um homem [que processou o museu]. Eu simplesmente não sabia o que fazer com todos aqueles Picassos", escreveu Kirsha nas redes sociais.
A artista sugeriu (ironicamente) que o espaço ia ser reaberto, por exemplo, como uma "igreja, escola, acomodação de glamping, alojamento" sob a Lei Anti-Discriminação da Tasmânia, que não permite que as pessoas tenham acesso negado com base no género.
Kirsha Kaechele refere ainda que nunca houve casas de banho femininas no MONA, eram todas "unissexo".
O Ladies Lounge foi inaugurado há quatro anos e tinha algumas das melhores obras de arte do museu.