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Israel bombardeia escola das Nações Unidas em Gaza e faz 35 mortos

O secretário-geral da ONU, António Guterres, censurou o ataque. Israel garante que havia combatentes do Hamas escondidos na escola.

Miguel Franco de Andrade

Israel bombardeou mais uma escola das Nações Unidas na Faixa de Gaza. É o segundo ataque em dois dias. António Guterres reage com indignação e pede medidas.

Nada parece travar os avanços israelitas em toda a Faixa de Gaza, independentemente das tentativas de cessar-fogo ou da indignação pelo bombardeamento de uma escola das Nações Unidas, esta quinta-feira, em Nuseirat.

Menos de 24 horas depois, foram registados ataques no Norte, Centro e Sul do território, que provocaram pelo menos 28 mortos, incluindo três pessoas noutra escola das Nações Unidas, desta vez na cidade de Gaza.

O secretário-geral da ONU colocou, esta sexta-feira, Israel na lista dos infratores mundiais no que diz respeito aos direitos das crianças.

A SIC falou com um dos responsáveis pelas operações da ONU em Gaza, que acusa Israel de ignorar a segurança dos funcionários e das instalações das Nações Unidas.

Em oito meses de guerra, já morreram 193 funcionários e 180 instalações das Nações Unidas foram atacadas. Israel alega que a escola da ONU, que acolhia 6 mil deslocados de guerra, alojava também militantes do Hamas. Cerca de 35 pessoas morreram.

Perante as críticas, Israel admite avançar para mais uma investigação, mas afirma ter eliminado seis elementos do Hamas e cumprido as leis internacionais.

A informação é contrariada pelos médicos, que dão conta de largas dezenas de feridos. Outros relatos confirmam a morte de 14 crianças.

Os Estados Unidos da América, que recusam acusar Israel de genocídio, dizem confiar no resultado das investigações israelitas.

Os recentes e incessantes ataques estão a provocar novo êxodo da população deslocada, que, ao oitavo mês de guerra, não tem qualquer local seguro para se refugiar.

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