O alvo do ataque aéreo foi uma escola da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos no campo de Nuseirat, no centro de Gaza. Israel garante que foi uma operação cirúrgica e de precisão contra uma base do Hamas e que dezenas de terroristas foram eliminados. No local, a versão é outra.
"Eu estava a dormir quando dei por mim coberto de entulho. O rocket caiu, atravessou o segundo piso. Saímos para ajudar as pessoas e os mártires", explica uma testemunha do ataque aéreo.
Os Médicos Sem Fronteiras falam numa situação apocalíptica no já sobrelotado hospital em Deir al-Balah para onde foram transportados centenas de feridos e os corpos das vitimas.
"Estamos deslocados nas Torres Al-Qastal. O meu filho telefonou-nos às duas e meia da manhã para nos dizer que o irmão Ahmed era agora um mártir. Foi atingido por um míssil na sala de aula, na escola. Viemos para aqui. Temos estado acordados e não dormimos até agora", conta a mãe de uma das vitimas.
"Estávamos na escola da Agência para os refugiados, em Nuseirat. Às 15:00 ouvimos cinco mísseis a atingir a escola. Saí a correr e vi três salas de aula a arder. Morreram 50 pessoas. O meu pai foi atingido diretamente pelo míssil e o meu tio e os meus dois primos foram mártires", conta uma jovem que perdeu o pai no ataque.
Israel diz que tomou medidas para reduzir o risco de danos civis. O Hamas diz que é mentira e garante que a escola albergava palestinianos deslocados.
Este ataque ocorre depois de Israel ter anunciado uma nova campanha militar no centro de Gaza e, segundo os meios de comunicação egípcios, coincide com uma nova ronda de negociações no Catar e no Cairo para um cessar fogo em Gaza. "Só se for permanente", diz o Hamas que recusa qualquer acordo sem essa garantia de Israel.
Noutra frente de guerra, Israel confirma ataques a posições do Hezzbolah. As Nações Unidas alertam para o risco de uma escalada do conflito na fronteira com o Líbano, depois de Telavive ter avisado que ia intensificar as operações na região.