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Dia D: "O momento é muito simbólico para reforçar a defesa da democracia"

Pedro Cordeiro, editor de Internacional do Expresso, salienta a importância dos encontros entre o Presidente da Ucrânia com o dos EUA e de França. Sublinha também que "as ameaças russas são sempre de ter em conta".

SIC Notícias

Zelensky vai estar em França e tem dois encontros importantes e decisivos agendados, um com Biden, outro com Macron.

Joe Biden e Emmanuel Macron "são dois dos maiores apoiantes da Ucrânia na sua defesa contra a Rússia: Joe Biden porque preside ao país mais poderoso do mundo e Emmanuel Macron porque dentro da da Europa e da União Europeia tem sido um dos dirigentes que mais tem afirmado esse apoio e até já admitiu que houvesse tropas ocidentais a combater na Ucrânia ao lado dos soldados ucranianos".

As celebrações do dia D - do desembarque aliado na Normandia que iniciou a recuperação e a vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial contra o nazismo - "por um lado temos o simbolismo de a Rússia não ser convidada, embora tenha sido a União Soviética, sua antecessora, fundamental para essa vitória, por outro lado, claro que temos a ideia de democracias contra um tirano".

"O momento é muito simbólico (...) serve também para reforçar esse apoio e essa defesa da democracia que os países ocidentais dizem estar a fazer quando apoiam a Ucrânia - e que a própria Ucrânia, o próprio Zelensky, frisa a cada discurso, ele diz sempre 'nós não estamos a combater pela Ucrânia só, estamos a combater pela liberdade, pela Europa democrática'".

Lavrov deixa aviso à França

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, disse esta terça-feira que quaisquer formadores militares franceses na Ucrânia são um alvo legítimo para as forças de Moscovo.

"As ameaças russas são, por um lado, sempre de ter em conta. Por outro lado, também têm que ser vistas em contexto e muitas vezes não se têm concretizado".

A partir do momento em que vários países ocidentais, incluindo os Estados Unidos disseram autorizar que a Ucrânia use as armas e os equipamentos que eles lhe forneceram para atacar em território russo se forem alvos militares e alvos de onde partam ataques contra a Ucrânia, "a Rússia tem uma reação que é considerar que esses países passam quase a ter um estatuto de parte beligerante na guerra e que, portanto, tornam-se alvos legítimos também".

"No fundo, é uma ameaça, é uma forma de reagir com desagrado às autorizações que os países aliados deram a Ucrânia, por um lado, e também obviamente, ao apoio continuado desses países ao Governo de Zelensky e à sua defesa do território ucraniano".

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