Com o mês do ramadão a aproximar-se, e as declarações de Joe Biden no sentido de uma trégua, Israel e Hamas vieram a público detalhar as exigências para um eventual acordo, num momento em que a subnutrição afeta já um quarto da população, e as famílias recorrem a métodos extremos para matar a fome em Gaza.
Há sinais de mal nutrição nas crianças e nos adultos e, segundo as Nações Unidas, a fome assola um quarto da população.
Há relatos de famílias inteiras estarem a recorrer a medidas extremas, como comer folhas de cato, para tentar enganar a falta de comida
“Estaremos mortos. Neste último mês sensivelmente - e eu tenho uma foto - perdi cerca de 30 quilos. Num mês. Perdi trinta quilos porquê? Porque não há comida”, relata Al-Awadeya, um dos palestinianos.
No campo de refugiados de Jabalia, um dos mais populosos a norte da cidade de Gaza, a expectativa das tréguas anunciadas por Joe Biden trouxe a esperança de que as padarias, agora destruídas, voltem a funcionar.
Uma porta-voz do Governo de Israel responsabilizou as agências das Nações Unidas pela carência de alimentos em Gaza, em particular a UNRWA.
“Por isso, estamos a trabalhar com as outras agências na distribuição de ajuda à zona norte de Gaza, e não através da UNRWA. Após quase cinco meses de guerra contra o Hamas, sabemos que quando a ajuda humanitária chega, a organização terrorista Hamas assume o controlo”, afirma Tal Heinrich.
O primeiro-ministro de Israel referiu uma sondagem feita à população dos Estados Unidos, para prosseguir por mais um ano a ofensiva em Gaza.
Líder do Hamas convoca marcha de protesto
Pressionado pelo ultimato israelita dado até do ramadão para avançar sobre Rafah, o líder do Hamas convocou uma marcha de protesto em direção à mesquita de al-Aqsa em Jerusalém e falou em falou em flexibilidade nas negociações.
Nas vésperas do encontro em Moscovo entre as várias fações palestinianas, para discutir o futuro de Gaza, o ministro dos Negócios referiu a demissão do primeiro ministro da Autoridade Palestiniana, como gesto para alcançar a possibilidade de um governo tecnocrático para os territórios palestinianos, sem a participação do Hamas.
No norte de Israel mantém-se a troca de fogo diária com o Hezbollah no sul do Líbano.
Em Gaza, o número de mortos registados pelas autoridades locais aproxima-se dos 30 mil, em quase 150 dias de guerra.