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Houthis dizem que Iémen poderá ser o "cemitério" dos Estados Unidos

"O Iémen converter-se-á no cemitério dos norte-americanos e abandonarão a região humilhados", afirmou o alto responsável dos Houthis, deixando uma ameça aos EUA caso continuem a atacar o país árabe.

YAHYA ARHAB

Lusa

Um alto responsável dos Houthis advertiu esta segunda-feira que o Iémen será o "cemitério" dos Estados Unidos caso prossigam os ataques ao país árabe em resposta às ações dos rebeldes iemenitas xiitas contra navios associados a Israel no Mar Vermelho.

"Dizemos aos Estados Unidos da América (EUA) que serão derrotados (...). O Iémen converter-se-á no cemitério dos norte-americanos e abandonarão a região humilhados", afirmou Ali al Qahum, numa entrevista divulgada pela agência noticiosa iraniana Irna, horas após Washington ter anunciado a interceção e destruição de um míssil anti-navio lançado pelos Houthis, que desencadearam ações militares no Mar Vermelho em represália pela ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, território controlado pelo grupo islamita palestiniano Hamas.

"Os dirigentes, as Forças Armadas e o povo do Iémen estão plenamente dispostos a entrar numa guerra direta e total contra o Grande Satã para defender a Palestina", assinalou o alto responsável dos rebeldes iemenitas e pró-iranianos, numa referência aos EUA.

Ali al Qahum frisou ainda que os ataques contra o Iémen violam o direito internacional e a soberania do país, e prometeu uma resposta "contundente" aos bombardeamentos norte-americanos e britânicos.

Ataques a navios israelitas vão continuar

Desta forma, o representante dos Houthis insistiu que os ataques contra os navios associados a Israel vão continuar enquanto prosseguir a "cruel campanha" israelita na Faixa de Gaza que desde 7 de outubro já terá provocado pelo menos 24.100 mortos, de acordo o Ministério da Saúde local, tutelado pelo Hamas.

A par dos ataques no Mar Vermelho, e da resposta dos EUA e do aliado britânico contra as posições dos Houthis no território iemenita, também permanece muito instável a situação na fronteira entre Israel e o Líbano, onde desde o início de outubro decorrem confrontos e bombardeamentos entre o Exército israelita e as milícias do movimento xiita libanês Hezbollah, com o risco do alastramento do conflito.

Reino Unido e EUA destruíram bases militares no Iémen

Na passada quinta-feira, o Reino Unido e os Estados Unidos bombardearam instalações militares dos Houthis no Iémen em resposta aos ataques a navios no Mar Vermelho.

O Governo britânico insistiu que as ações militares contra os Houthis foram em "legítima defesa" e pretendem "garantir a segurança" do transporte marítimo comercial.

Crise no Mar Vermelho preocupa empresas

Nas últimas semanas, muitas empresas de navios optaram por evitar o Mar Vermelho -- um ponto vital para o comércio entre a Ásia e a Europa -- devido aos ataques dos Houthis.

Várias empresas de transporte marítimo decidiram chegar à Europa através do extremo sul do continente africano, que representa um custo adicional, assim como mais 10 dias de navegação.

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