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As imagens de um ataque de rebeldes Houthis a um navio no Mar Vermelho

A agência Reuters divulgou o vídeo de um ataque dos Houthis a um cargueiro no Mar Vermelho. Em resposta a estas ações do grupo rebelde, os EUA e a Grã-Bretanha lançaram ataques aéreos e marítimos esta quinta-feira contra alvos militares Houthis no Iémen, aos quais o grupo apoiado pelo Irão já reagiu.

SIC Notícias

Os rebeldes Houthis do Iémen lançaram esta sexta-feira mísseis de cruzeiro e balísticos contra navios de guerra dos Estados Unidos e do Reino Unido no Mar Vermelho, em resposta aos bombardeamentos destas forças contra várias províncias do país árabe. A informação foi adiantada por fonte dos rebeldes Houthis à agência de notícias espanhola Efe.

Esta quinta-feira, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha lançaram ataques aéreos e marítimos contra alvos militares Houthis no Iémen, em resposta aos ataques do movimento a navios no Mar Vermelho, num dramático alargamento regional da guerra Israel-Hamas em Gaza.

No vídeo da agência Reuters, divulgado pelo próprio grupo apoiado pelo Irão, é possível ver os combatentes a chegarem de helicóptero ao navio e a ameaçarem a tripulação.

As imagens, que dizem alegadamente respeito a um ataque de 20 de novembro de 2023, mostram os homens armados a apontarem armas aos tripulantes e a ordenarem-lhes que se deitassem enquanto tomavam o navio.

"Os EUA e o Reino Unido terão que estar preparados para pagar um preço alto"

"O nosso país tem sido alvo de agressões massivas por parte de navios, submarinos e aviões de guerra norte-americanos e britânicos, e não há dúvida de que os Estados Unidos e o Reino Unido terão que estar preparados para pagar um preço alto", realçou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiro Houthi, Hussein al Ezzi, na rede social X.

Hussein al Ezzi também realçou que quer Washington, quer Londres, irão "suportar as terríveis consequências desta agressão flagrante".

Segundo testemunhas consultadas pela Efe, dois dos atentados em Sanaa tiveram como alvo a base aérea de Al Dailami, localizada no aeroporto da capital, enquanto outros dois ataques aéreos em Taiz atingiram posições militares e também o seu campo de aviação.

Na cidade portuária de Al Hodeida, de onde os Houthis lançaram muitos dos ataques contra navios mercantes, os bombardeamentos atingiram diferentes posições perto do seu aeroporto, enquanto alguns quartéis militares na cidade de Saada também sofreram o impacto dos ataques.

"Uma guerra furiosa" está em curso

O membro do gabinete político Houthi, Ali al Quhom, referiu no X que quer Sanaa, quer outras províncias iemenitas "estão a ser bombardeadas por aviões americanos e britânicos" e descreveu estes ataques como "guerra aberta".

"A batalha será maior e vai além da imaginação e das expectativas dos americanos e dos britânicos. É uma guerra aberta", frisou o líder insurgente, que garantiu que os EUA e o Reino Unido "irão arrepender-se do seu ataque".

Al Quhom confirmou que os Houthis "estão agora a responder com força aos navios de guerra americanos e britânicos no mar Vermelho", onde garantiu que "uma guerra furiosa" está em curso.

"Locais e bases militares americanas e britânicas serão atacadas, e o próximo [passo] será maior", acrescentou.

Os ataques aéreos dos EUA e Reino Unido atingiram a capital do Iémen e outras cidades controladas pelos rebeldes, apoiados pelo Irão, de acordo com o canal de televisão Houthi.

A "agressão norte-americana, com participação britânica" atingiu Sanaa, Hodeida e Saada, disse Al-Massirah, referiu.

As forças norte-americanas e britânicas bombardearam vários locais utilizados pelos rebeldes Houthis do Iémen, num ataque de retaliação às ofensivas dos insurgentes contra a navegação no mar Vermelho.

A ofensiva foi executada com recurso a mísseis Tomahawk e caças lançados por navios de guerra e tiveram como alvo centros logísticos, sistemas de defesa aérea e locais de armazenamento de armas, de acordo com as mesmas fontes dos EUA.

Em comunicado, o Presidente norte-americano Joe Biden explicou que autorizou o ataque conjunto com o Reino Unido, que contou com o apoio da Austrália, Bahrein, Canadá e Países Baixos.

Houthis intensificaram ataques no Mar Vermelho no início da guerra Israel-Hamas

Este ataque militar coordenado ocorreu apenas uma semana depois de a Casa Branca e uma série de nações parceiras terem emitido um aviso final aos Houthis para cessarem os ataques, sob pena de enfrentarem uma potencial ação militar.

Desde o início da guerra, a 7 de outubro, entre Israel e o grupo islamita do Hamas, os Houthis, que controlam grande parte do Iémen, intensificaram os ataques no Mar Vermelho, com o objetivo de abrandar o tráfego marítimo internacional, alegando agir em solidariedade com os palestinianos de Gaza.

Os Estados Unidos, um dos maiores aliados de Israel, criaram, em dezembro, uma coligação internacional para proteger o tráfego marítimo dos ataques Houthi naquela zona estratégica por onde passa 12% do comércio mundial.

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