Os rebeldes Houthis, do Iémen, dispararam este domingo um míssil de cruzeiro anti-navio contra um contratorpedeiro dos EUA no Mar Vermelho, mas um caça norte-americano abateu-o, de acordo com as autoridades de Washington. José Milhazes analisa a possibilidade deste conflito se alargar a outros países.
“Temos a continuação e possibilidade de alargamento no conflito no Médio Oriente, a essa região que é estratégica para a economia de numerosos países”, afirma José Milhazes.
Este é o primeiro ataque dos Houthis reconhecido pelos EUA depois de Washington e Londres, em conjunto com forças de outros países, bombardearem na sexta-feira e no sábado posições dos rebeldes em resposta aos ataques a navios mercantes no Mar Vermelho.
Os Houthis já tinham prometido uma reação eficaz contra os Estados Unidos, após dois ataques: o primeiro na sexta-feira dia 11 de janeiro - 150 bombardeamentos lançados na sexta-feira contra 30 alvos -, e um segundo bombardeamento contra um radar dos Houthis para controlar embarcações no Mar Vermelho.
“Era de esperar esta reação [dos Houthis]. Os terroristas Houthis tinham manifestado, e outros grupos terroristas pró-iranianos, tinham manifestado o desejo de retaliar. O mais provável é que continuem as tentativas de ataque a navios comerciais e os EUA podem-se envolver cada vez mais, bem como também outros países europeus como a Grã-Bretanha e a Alemanha”, acrescenta.
O chefe da missão da ONU no Iémen apela à moderação das duas partes para reduzir a tensão numa zona em 10 anos em guerra e onde onde 80% da população precisa de ajuda.
“Isso é extremamente perigoso, mas há forças interessadas nesse alargamento, como a Rússia. A Rússia está interessadíssima em que a comunidade internacional desvia a atenção da guerra na Ucrânia”, acrescenta José Milhazes.
Guerra na Ucrânia: ONU pede 3,75 milhões de euros de ajuda
As Nações Unidas anunciaram esta segunda-feira que precisam de 4,2 mil milhões de dólares (o equivalente a 3,8 mil milhões de euros) para ajuda humanitária à Ucrânia em 2024 e para apoiar os refugiados que fugiram desde a invasão russa.
“É preciso manter a vida na Ucrânia, que não paralise. Esse é outro dos objetivos, para além do fornecimento de armas, da ajuda internacional. É extremamente importante neste período de inverno onde continuam combates”, afirma José Milhazes, na sequência dos ataques que não cessam em território russo.
Ainda assim, acrescenta que os ataque de ambos os países não estão a ser frutíferos.
“Não têm tido resultados muito visíveis para nenhuma das partes. A Ucrânia vai-se contentando com algumas operações que prejudicam a defesa aérea russa, mas pouco mais", defende.