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Luso-moçambicana resgatada após 50 dias em cativeiro

A vítima, de 26 anos, tinha sido raptada à porta de casa, no centro de Maputo, no dia 1 de novembro, por homens armados. A polícia de Moçambique deteve três pessoas envolvidas no rapto.

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SIC Notícias

Lusa

A polícia de Moçambique anunciou esta quinta-feira o resgate numa operação policial de uma cidadã luso-moçambicana de 26 anos que estava em cativeiro há 50 dias. Três pessoas envolvidas no rapto foram detidas. As autoridades procuram um quarto elemento considerado “peça chave”.

A vítima tinha sido raptada à porta de casa, no centro de Maputo, no dia 1 de novembro, por três homens armados.

"A situação está a ser acompanhada através dos postos diplomáticos e consulares em Maputo, que estão em contacto com a família", disse anteriormente fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), tendo a jovem luso-moçambicana permanecido em cativeiro até agora.

Hilário Lole, porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal de Maputo, adiantou que há uma “peça chave” para o caso.

"Temos dados de mais um indivíduo que é uma peça chave fundamental para o esclarecimento deste caso de rapto. Estamos a trabalhar, acreditamos que a qualquer momento podemos trazer resultados de mesmo trabalho", afirmou.

Tentativa de rapto de comerciante

O MNE português confirmou anteriormente à Lusa que o Consulado-Geral de Maputo estava a acompanhar a tentativa de rapto de um outro cidadão luso-moçambicano, ocorrido em 27 de novembro, o segundo caso num mês.

"O Consulado-Geral em Maputo acompanha a situação da tentativa de rapto de um cidadão luso-moçambicano. As autoridades moçambicanas tomaram conta da ocorrência", referiu fonte oficial do MNE.

Trata-se de um comerciante luso-moçambicano ferido a tiro por desconhecidos que o tentaram raptar no centro da cidade de Maputo, crime frustrado graças à intervenção da população.

Petição alerta para raptos

Quase 400 pessoas subscreveram em 24 horas, até quarta-feira, uma petição online apelando à libertação "incondicional" de cidadãos moçambicanos e luso-moçambicanos em cativeiro em Moçambique e contra os raptos que afetam o país.

"Os raptos são um crime hediondo que assola há vários anos a sociedade moçambicana. Urge à sociedade moçambicana insurgir-se contra o que se está a passar no país", lê-se na petição online "Contra os raptos em Moçambique", e que nas primeiras 24 horas foi subscrita por 379 pessoas.

"Os signatários desta petição apelam à libertação incondicional dos luso-moçambicanos e moçambicanos em cativeiro. Para esse efeito, os signatários da presente petição apelam às autoridades de Moçambique para enveredarem todos os esforços na tentativa do seu resgaste, e às autoridades de Portugal que prestem o apoio necessário e incondicional no âmbito da colaboração habitual entre os dois Estados, neste processo", refere-se no documento, dirigido aos governos dos dois países.

Maputo vive há algumas semanas uma nova onda de raptos, sobretudo de empresários, com registo de dois luso-moçambicanos visados desde novembro e suspeitas de envolvimento de agentes ligados à investigação policial neste tipo de crime.

A Confederação das Associações Económicas (CTA), a maior associação patronal do país, defendeu no início de novembro, face a esta nova onda de casos, penas de prisão "mais severas" contra raptores e sem possibilidade de pagamento de caução para travar estes crimes.

O primeiro-ministro de Moçambique, Adriano Maleiane, anunciou no parlamento, em maio último, que foram já selecionados os agentes que vão trabalhar numa unidade especial de combate aos raptos que afetam o país.

De acordo com um balanço apresentado pelo chefe do Governo, desde 2021 foram registados 28 casos de rapto, dos quais "15 foram totalmente esclarecidos".

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