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Gaza: corpos são transportados em carroças para hospitais

Viver em Gaza é também assistir à precariedade com que são tratados os feridos e os mortos neste conflito. Sem comunicações, é impossível pedir ajuda dos meios de socorro, dizem as vítimas.

Pedro Miguel Costa

Das mais de 8.000 vítimas mortais anunciadas pelo Hamas no território, as Nações Unidas garantem que 70% são mulheres e crianças. Em Gaza, corpos são transportados até ao hospital em carroças, enquanto familiares e amigos os acompanham a pé.

“Sofremos muito hoje depois dos nossos irmãos e vizinhos terem sido martirizados em Beit Hanoun e não temos meios de comunicação para chamar um a ambulância. Alguns de nós conseguiram arranjar uma carroça puxada por um burro para transportar os corpos, quatro a seis corpos de membros da família Basayna e da família Duraaj.

No enclave de Gaza a população divide-se entre os que escapam e os que sucumbem. Nos hospitais do território já não há espaço para quem precisa e as cirurgias acontecem onde é possível.

“Os cirurgiões que estão a realizar estas cirurgias estão, obviamente, exaustos mas alguém tinha de tratar destes doentes. É isso que estamos a fazer e foi por isso que criámos estes espaços para as cirurgias fora dos blocos habituais”, afirma o cirurgião palestiniano Mohammed Al-Run.

Os números das vítimas mortais em Gaza são dados pelo Hamas, sendo que as Nações Unidas admitem que a larga maioria, cerca 70% dos que morreram no território sejam mulheres e crianças.

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