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Guterres diz que leis humanitárias "não são menu à la carte"

Voltando a condenar os ataques de 7 de outubro do Hamas, Guterres, que se encontra em viagem no Nepal, frisou que "nunca há qualquer justificação para matar, ferir e raptar civis".

Craig Ruttle

Lusa

O secretário-geral da ONU, António Guterres, relembrou esta terça-feira que o direito humanitário internacional estabelece regras claras que não podem ser ignoradas em Gaza, frisando que não se trata de "um menu à la carte" que possa ser aplicado seletivamente.

"Os civis têm suportado o peso dos combates atuais desde o início. A proteção dos civis de ambos os lados é fundamental e deve ser sempre respeitada", disse.

Voltando a condenar os ataques de 7 de outubro do Hamas, Guterres, que se encontra em viagem no Nepal, frisou que "nunca há qualquer justificação para matar, ferir e raptar civis", apelando à libertação imediata e incondicional dos civis mantidos como reféns pelo grupo islamita.

"Condeno o assassínio de civis em Gaza e estou consternado com os relatos de que dois terços dos mortos são mulheres e crianças. (...) O direito humanitário internacional estabelece regras claras que não podem ser ignoradas. Não é um menu 'à la carte' e não pode ser aplicado seletivamente. Todas as partes devem respeitá-lo, incluindo os princípios de distinção, proporcionalidade e precaução", frisou.

Guterres critica Israel por falhas na ajuda humanitária

O secretário-geral também criticou Israel devido ao nível de assistência humanitária que permitiu entrar na Faixa de Gaza, o qual considerou "completamente inadequado e desproporcional às necessidades do povo de Gaza".

Segundo as Nações Unidas, antes do início da guerra entre Israel e o Hamas, cerca de 500 camiões de ajuda humanitária entravam diariamente em Gaza, enquanto nesta última semana entraram, em média, 12 por dia.

O ex-primeiro-ministro português reiterou o seu apelo por um cessar-fogo humanitário imediato e por um acesso humanitário desimpedido, consistente, seguro e em escala, visando satisfazer as necessidades urgentes "criadas pela catástrofe que se desenrola em Gaza".

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