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Israel-Hamas: UE apela a "corredores" e "pausas" nos bombardeamentos para fins humanitários

À falta de consenso para pedir um cessar-fogo ou uma pausa humanitária, os 27 concordam em apelar a "pausas" temporárias nos bombardeamentos para que a ajuda humanitária entre em Gaza. A UE reafirma que Israel tem o direito a defender-se, mas mostra-se preocupada com "a degradação da situação humanitária" no enclave.

Susana Frexes

Os líderes europeus concordaram esta quinta-feira em apelar a "corredores humanitários" e "pausas" nos bombardeamentos de forma a permitir a passagem de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, após várias divergências sobre a terminologia.

"O Conselho Europeu manifesta a sua profunda preocupação com a deterioração da situação humanitária em Gaza e apela a um acesso humanitário contínuo, rápido, seguro e sem entraves, e a que a ajuda chegue aos necessitados através de todas as medidas necessárias, incluindo corredores humanitários e pausas para fins humanitários", referem as conclusões da cimeira europeia.

Esta formulação de "pausas para fins humanitários", acordada entre os 27 após cerca de seis horas de discussões no Conselho Europeu, surge depois de versões anteriores das conclusões tentarem um entendimento sobre a expressão "pausa humanitária", sem nunca ter estado previsto um apelo a "cessar-fogo".

O apelo a uma "pausa" ou "cessar-fogo" foi rejeitado pela Alemanha, Áustria e República Checa.

Os três países argumentaram que essa terminologia seria lida como um pedido para uma paragem longa ou definitiva da resposta militar, contrariando o direito de Israel se defender. "Pausas para fins humanitários" é interpretado por todos como paragens temporárias e curtas nos bombardeamentos para garantir a entrada em segurança da ajuda humanitária.

"A União Europeia trabalhará em estreita colaboração com os parceiros da região para proteger os civis, prestar assistência e facilitar o acesso a alimentos, água, cuidados médicos, combustível e abrigos, assegurando que essa assistência não seja utilizada abusivamente por organizações terroristas", indicam ainda as conclusões.

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