Um ataque ao Hospital Al-Ahli Arabi, na cidade de Gaza, terá causado pelo menos 500 mortos. Israel nega qualquer envolvimento e aponta culpas à Jihad Islâmica da Palestina.
É uma troca de acusações de ambos os lados. Depois de o Hamas ter acusado Israel como o autor deste ataque, as forças militares israelitas ripostaram e refutaram essas afirmações e apontaram este grupo como estando na origem do ataque ao hospital.
Mas afinal o que é a Jihad Islâmica da Palestina?
O movimento Jihad Islâmica palestiniana é o segundo maior grupo armado em Gaza. Foi fundado em 1981 por Fathi Abd al-Aziz al-Shikaki como parte de uma nova onda de radicalização que varreu o Médio Oriente. É considerada uma das fações armadas palestinianas mais extremistas e intransigentes.
A Jihad Islâmica palestiniana rejeita um acordo de paz e vê uma vitória militar sobre Israel como a única solução para atingir o seu objetivo de estabelecer um Estado islâmico em Israel, na Cisjordânia e em Gaza.
Este grupo afirmou que mantém dezenas de reféns israelitas e que mantém capacidades de combate suficientes tanto para disparar foguetes como para combater quaisquer tropas israelitas que entrem em Gaza numa ofensiva terrestre. Na semana passada, foi relatado que este movimento atacou Israel a partir do Líbano.
Qual é a sua relação com o Hamas?
Embora já tenha colaborado estreitamente por diversas vezes com o Hamas, a Jihad Islâmica palestiniana continua a ser um rival. As diferenças estratégicas, ideológicas e interpessoais há muito que impedem qualquer aproximação entre os dois.
A Jihad Islâmica permaneceu sempre clandestina, com uma estrutura celular compartimentada, em contraste com a mobilização em massa feita pelo Hamas. A Jihad Islâmica palestiniana e o Hamas têm entrado frequentemente em conflito sobre táticas, negociações e uma série de outras questões, mesmo que muitos dos seus objetivos finais e crenças islâmicas sejam idênticos.
De onde surge o financiamento deste movimento?
De acordo com os Estados Unidos, o Irão é o principal financiador deste grupo que tem sede em Damasco, onde reside o atual líder, Ziyad al-Nakhalah. Entre os outros “mecenas” estarão a Síria, palestinianos ricos em Gaza e algumas angariações de fundos no estrangeiro.
Na semana passada, o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, esteve ao telefone com Nakhalah para lhe "agradecer pelo que está a fazer à comunidade islâmica com esta operação inovadora e vitoriosa”.