Em guerra, a desinformação - ou as acusações mútuas - é comum. Após um ataque e explosão a um hospital em Gaza, tanto Israel, como Hamas, tentaram colocar a responsabilidade no lado do inimigo. A verdade é que o rocket - falhado ou não - atingiu civis e feridos inocentes que procuravam refúgio num sítio que consideraram seguro. O que sabemos, até agora, sobre a origem do ataque?
Por volta das 18:59 (hora local em Gaza e Israel) de terça-feira, um hospital foi atingido e houve uma explosão.
O Minstério da Saúde Palestiniano foi o primeiro "lado" deste complexo conflito a afirmar que Israel teria atacado o Hospital com um míssil. Um chefe da defesa civil de Gaza informou que o número de mortos no hospital foi de 300, enquanto fontes do Ministério da Saúde estimaram o número em 500.
"O massacre levado a cabo pela ocupação israelita no Hospital é o massacre do século XXI e é uma continuação dos seus crimes desde a Nakba do nosso povo em 1948", disse Salama Marouf, chefe do gabinete de comunicação social do Hamas.
Momentos depois, a IDF (forças de defesa israelitas) comunicou que, depois da sua análise, um grupo de rockets foi lançado em direção a Israel e passou pelo hospital no momento em que este foi atingido.
Mais. De acordo com informação da IDF, Israel acusou, assim, a organização Jihad islâmica de ser responsável pelo "rocket falhado" que atingiu o hospital - onde se encontravam centenas de palestinianos refugiados.
A IDF comprovou a sua perspetiva com um vídeo na rede social X (antigo Twitter).
Após estas declarações do lado israelita, questiona-se como um rocket disparado de Gaza, e que pertença ao Hamas, poderá ter o impacto de matar 500 pessoas (de acordo com o que foi informado até então).
As forças militares israelitas responderam que "a existência do propulsor fez uma explosão maior do que a ogiva e isto causou o dano".
Depois, o Ministério das Relações Internacionais de Israel publicou o que afirma ser um telefonema intercetado entre dois agentes do Hamas, onde discutem como o hospital al-Ahli Arab foi atingido por um rocket falhado disparado do interior de Gaza.
Quando Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, chegou a Telavive para se reunir com o primeiro-ministro israelita Netanyahu, também marcou a sua posição.
"Estou profundamente triste e indignado com a explosão de ontem no hospital em Gaza. Com base no que vi, parece que foi feito pela outra equipa, não por vocês. Mas há muita gente por aí que não tem a certeza, então temos que avaliar muitas coisas" ,disse, confirmando, horas depois, que a informação que recebeu seria do seu departamento de defesa nos EUA.
Contra-argumento do Hamas
As autoridades da Faixa de Gaza acusaram esta quarta-feira Israel de ter bombardeado o hospital anglicano Al Ahli no sábado, antes do ataque de terça-feira a 7 de outubro, e de ter avisado que a unidade deveria ser evacuada.
"O massacre do Hospital Batista foi precedido, em 14 de outubro, pelo bombardeamento de dois obuses" israelitas, disse o vice-ministro da Saúde da Faixa de Gaza, Youssef Abu al-Rish, numa conferência de imprensa em Gaza.
Al-Rish afirmou que depois do bombardeamento de sábado, as forças israelitas disseram à direção do hospital que deveria evacuar a unidade fundada pela Igreja Anglicana.
Segundo Al-Rish, a direção do hospital contactou o bispo da Igreja Evangélica de Inglaterra, que confirmou que a unidade poderia continuar a funcionar depois de ter falado com os organismos internacionais.
Israel entrega provas
Israel apresentará as suas provas sobre a explosão do hospital Al Alhi na reunião do Conselho de Segurança da ONU, de acordo com o seu ministro dos Negócios Estrangeiros.
Numa mensagem de vídeo postada no X, Eli Cohen disse ter “evidências concretas” de que Israel não atacou o hospital.
O Conselho de Segurança reúne-se esta quarta-feira na sua sede em Nova Iorque para discutir a situação no Médio Oriente.
Os protestos
A agenda de Joe Biden para esta quarta-feira era mais preenchida, no entanto, após tomado conhecimento do ataque ao hospital em Gaza, a Jordânia cancelou o encontro com o presidente dos Estados Unidos da América, que ficará por Israel.
Mias. Após este acontecimento, que muitos líderes mundiais já apelidaram de “massacre”, os protestos no Médio Oriente surgiram, como no Iémen, no Líbano, na Jordânia.
Notícia atualizada às 16:27