O caso do homem madrileno que ajudou a mulher a morrer pode vir a ser julgado num tribunal de violência de género, avança esta quinta-feira a ABC, com base em fontes do Supremo Tribunal de Justiça de Madrid.
O juiz do tribunal de Instrução Criminal número 25 de Madrid decidiu que o processo será julgado em conformidade com a lei de violência de género espanhola datada de 2004, indicando que o caso compete a um tribunal de violência de género "pelo simples facto de ser um homem contra uma mulher".
Ángel Hernández confessou em tribunal ter administrado uma substância para acabar com o sofrimento da mulher de 61 anos, que há mais de 30 sofria de uma esclerose múltipla passou.
O homem, que desafiou a lei espanhola, passou apenas um dia detido até ser libertado sem qualquer medida de coação.
A decisão de pôr fim à vida
María José Carrasco, natural de Madrid, morreu no dia 3 de março de 2019, em casa. Aos 32 anos foi-lhe diagnosticada uma esclerose múltipla irreversível que a atirou para uma cama praticamente paralisada, quase sem visão, dependendo da ajuda do marido até para comer.
Há vários anos que manifestava a vontade de acabar com o sofrimento, mas aguardava que a lei da eutanásia fosse finalmente legalizada em Espanha. A lei que chegou a ser aprovada no Congresso, não foi além do Senado de Madrid.
O drama do casal foi acompanhado pela comunicação social espanhola, com diversas entrevistas impressionantes a programas como o Cuatro al Día ou à Telecinco, nas quais a mulher admite expressamente que queria morrer.