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Espanhol arrisca até 10 anos de prisão por ajudar mulher a morrer

Mulher sofria de esclerose múltipla irreversível há mais de 30 anos e, por diversas vezes, tinha pedido ao marido para terminar com o sofrimento.

SIC Notícias

María José Carrasco, natural de Madrid, morreu esta terça-feira, 3 de março de 2019, em casa. Aos 32 anos foi-lhe diagnosticada uma esclerose múltipla irreversível que a atirou para uma cama praticamente paralisada, quase sem visão, dependendo da ajuda do marido até para comer.

Há vários anos que manifestava a vontade de acabar com o sofrimento, mas aguardava que a lei da eutanásia fosse finalmente legalizada em Espanha. A lei que chegou a ser aprovada no Congresso, não foi além do Senado de Madrid.

O drama do casal foi acompanhado pela comunicação social espanhola, com diversas entrevistas impressionantes a programas como o Cuatro al Día ou à Telecinco, nas quais a mulher admite expressamente que queria morrer.

O marido foi detido esta quarta feira e passou a noite na esquadra de Tetuan, para ser presente a tribunal ainda esta sexta-feira.

Segundo a imprensa espanhola o homem já terá confessado ter administrado uma substância para matar a esposa.

A Voz da Galiza” confirma que homem já foi acusado de um crime de homicídio que, segundo o artigo 143 do Código Penal espanhol, é punível com uma pena de seis a dez anos de prisão.

A pena pode, ainda assim, ser atenuada pela exceção prevista na lei para "quem pratica ou participa em atos que levam à morte de outra pessoa, após pedido expresso e inequívoco da vítima, devido a doença grave irreversível, com sofrimento permanente e insuportável".

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