As emissões de dióxido de carbono (CO2) no mundo, gás poluente com fortes implicações no aquecimento global, continuaram a aumentar em 2018, registando o ritmo de crescimento (1,7%) mais rápido dos últimos cinco anos, foi esta segunda-feira divulgado.
Os dados avançados pela Agência Internacional de Energia (AIE) indicam que as emissões de CO2 alcançaram, no ano passado, um nível recorde de 33.143 milhões de toneladas e identificam três grandes responsáveis: China, Índia e Estados Unidos.
Do número total de emissões registadas no ano passado, a China assume a primeira posição, ao representar 28,6% das emissões (mais 2,5% em comparação com 2017), seguida dos Estados Unidos, que apresenta uma fatia de 14,7% (mais 3,1% em comparação com 2017).
Com 6,9% das emissões (mais 4,8% face a 2017), a Índia foi o terceiro país mais poluidor em 2018.
Só estes três países representaram 85% do aumento das emissões globais de CO2 durante o ano passado, destacou o relatório anual desta organização com sede em Paris, França, mencionando que este cenário se deveu à abertura de novas centrais de eletricidade alimentadas a carvão.
Do lado oposto, está a Europa que conseguiu reduzir as emissões de CO2 em 1,3%, representando 11,9% do total de emissões.
Para o diretor executivo da AIE, Fatih Birol, o aumento das emissões "demonstra, uma vez mais, que é necessária uma ação mais urgente em todas as frentes", nomeadamente no desenvolvimento de tecnologias limpas, incluindo na captura e armazenamento de CO2.
Apesar do crescimento económico, as emissões de CO2 tinham estagnado entre 2014 e 2016, devido a três grandes fatores: aumento da eficiência energética, aplicação crescente de tecnologias renováveis e o decréscimo da procura do carvão. Mas, este cenário mudou em 2017 e agravou-se no ano passado.
O principal catalisador desta situação foi o aumento do consumo de carvão na China, na Índia e em outros países do sudeste asiático que, devido à sua natureza altamente poluente, gerou 2,9% de emissões de CO2 suplementares.
Apesar de ter perdido peso em relação ao gás, o carvão continua a ser, à escala mundial, a principal fonte na produção de eletricidade.
De acordo com uma estimativa da AIE, o carvão foi responsável por uma subida na temperatura média global de 0,3 a um grau centígrado em relação aos níveis pré-industriais.
Lusa