A Justiça do Estado brasileiro do Rio de Janeiro aceitou esta sexta-feira a denúncia contra os dois suspeitos de matar a vereadora Marielle Franco e o seu motorista, acusando-os de duplo homicídio, sendo que aguardam julgamento em prisão de segurança máxima.
Os dois suspeitos responderão por duplo homicídio triplamente qualificado, tendo como agravantes "emboscada, dificuldade de defesa da vítima e motivo fútil".
Segundo a imprensa local, o juiz Gustavo Kalil, do 4.º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, autorizou, com caráter urgente e provisório, o pedido de transferência dos acusados para uma prisão federal de segurança máxima.
O polícia militar reformado Ronnie Lessa, 48 anos, e o ex-polícia militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos, estão detidos desde terça-feira na esquadra de homicídios, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
Marielle Franco, vereadora no Rio de Janeiro pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e defensora dos direitos humanos, foi assassinada na noite de 14 de março de 2018, quando viajava de carro pelo centro do Rio de Janeiro, depois de participar num ato político com mulheres negras.
A justiça brasileira bloqueou hoje os bens de Ronnie Lessa, suspeito do homicídio da vereadora Marielle Franco, após o Conselho de Controlo de Atividades Financeiras (Coaf) ter detetado um depósito de 100 mil reais (23 mil euros) na sua conta.
O depósito terá sido efetuado em dinheiro, no dia 09 de outubro de 2018, sete meses depois do crime que vitimou mortalmente a vereadora brasileira e o seu motorista Anderson Gomes.
Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, citado pela imprensa brasileira, o objetivo do bloqueio dos bens é garantir recursos para que as famílias das vítimas possam ser indemnizadas por danos morais e materiais.
O relatório do Coaf cita ainda que determinados bens materiais de Ronnie Lessa, como uma lancha, um veículo blindado avaliado em cerca de 150 mil reais (cerca de 35 mil euros) e uma casa num condomínio de luxo localizado na Barra da Tijuca, seriam incompatíveis com os rendimentos do polícia militar reformado.
Também os bens do ex-polícia militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos, apontado como um dos suspeitos dos dois assassinatos, foram bloqueados.
Lusa