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Depósito na conta de suspeito de matar Marielle Franco leva a bloqueio de bens

O depósito terá sido efetuado em dinheiro, sete meses depois do crime.

Silvia Izquierdo

A justiça brasileira bloqueou esta sexta-feira os bens de Ronnie Lessa, suspeito do homicídio da vereadora Marielle Franco, após o Conselho de Controlo de Atividades Financeiras (Coaf) ter detetado um depósito de 100 mil reais (23 mil euros) na sua conta.

O depósito terá sido efetuado em dinheiro, no dia 9 de outubro de 2018, sete meses depois do crime que vitimou mortalmente a vereadora brasileira do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e o seu motorista Anderson Gomes.

Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, citado pela imprensa brasileira, o objetivo do bloqueio dos bens é garantir recursos para que as famílias das vítimas possam ser indemnizadas por danos morais e materiais.

O relatório do Coaf cita ainda que determinados bens materiais de Ronnie Lessa, como uma lancha, um veículo blindado avaliado em cerca de 150 mil reais (cerca de 35 mil euros) e uma casa num condomínio de luxo localizado na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, seriam incompatíveis com os rendimentos do polícia militar reformado.

Também os bens de o ex-polícia militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos, apontado como um dos suspeito dos dois assassinatos, foram bloqueados.

De acordo com o jornal Estadão, O advogado de Lessa, Fernando Santana, afirmou ainda não ter tido acesso às informações do relatório e que ainda não falou com o seu cliente sobre o assunto: "Não falei com ele (Lessa) ainda. (...) O dinheiro pode ser uma doação, pode ser a venda de algo", argumentou.

Marielle Franco, vereadora no Rio de Janeiro pelo PSOL e defensora dos direitos humanos, foi assassinada na noite de 14 de março de 2018, quando viajava de carro pelo centro do Rio de Janeiro, depois de participar num ato político com mulheres negras.

A polícia brasileira prendeu na terça-feira dois antigos agentes da Polícia Militar no Rio de Janeiro suspeitos dos homicídios da vereadora e do motorista Anderson Gomes.

Os agentes da Divisão de Homicídios e promotores do Ministério Público estadual do Rio de Janeiro prenderam o polícia militar reformado Ronnie Lessa, 48 anos, e o ex-polícia militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos, apontados como suspeitos dos dois assassinatos.

Ronnie Lessa é referido nas investigações como o suspeito que disparou sobre Marielle Franco.

De acordo com o portal de notícias G1, o autor dos disparos realizou "pesquisas na internet sobre locais que a vereadora frequentava".

Lusa

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